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O Neopentecostalismo e a ética cristã

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O Neopentecostalismo e a ética cristã  Empty O Neopentecostalismo e a ética cristã

Mensagem por Lourival soldado cristão 23rd agosto 2012, 5:30 pm


O Neopentecostalismo e a ética cristã









“Crédito ou débito? - Quem pergunta é o pastor
da Igreja Internacional da Graça de Deus que recolhe o dízimo e outras
doações munido da máquina para registrar operação com cartão de
crédito."


O trecho
acima introduz a matéria Templo é dinheiro, da jornalista Sarah Corazza,
da revista paranaense Ideias. A matéria é resultado de um mês de
visitas a templos neopentecostais de Curitiba, quando a autora constatou
que os “neopentecostais fazem sucesso de público e de bilheteria.”
Segundo Corazza, houve um tempo em que Curitiba era conhecida como a
“cidade das farmácias”, dada a quantidade de farmácias por metro quadro.
Hoje a realidade é outra: são os templos neopentecostais que chamam
atenção.


Presentes na
capital paranaense desde pelo menos o começo dos anos 80, uma das que
mais se destacam é a IURD, que, segundo a reportagem, adquiriu a antiga
fábrica Matte Leão para abrigar o seu rebanho que não para de crescer. A
jornalista atribuí tal façanha ao crescimento desenfreado e ambicioso
dos cofres da instituição.


“Logo
se vê que as neopentecostais fazem sucesso não apenas de público, mas
também de bilheteria. É incalculável o que arrecadam diariamente. O
suficiente para abrir templos e também para financiar o proselitismo
eletrônico que ocupa boa parte do horário televisivo e radiofônico. Isso
custa dinheiro. Muito dinheiro. Tanto que a Universal do Reino de Deus,
do financista e bispo Edir Macedo, comprou a sua própria rede de
televisão.” [1]


O
que vemos em Curitiba se perpetua por todo o país e atravessa as
fronteiras, com adeptos nos EUA, Europa e também nos países abaixo do
Saara. Não apenas a IURD, mas também boa parte das igrejas
neopentecostais vivem o bom da ignorância de milhares de brasileiros que
diariamente peregrinam para seus templos em busca de cura e
prosperidade. São massas sem doutrina que orbitam em torno de crendices
populares e sessões de descarrego da Igreja Universal, passando pelas
campanhas do sabonete ungido da Graça de Deus e do lenço abençoado do
Valdomiro. Isaltino Gomes Coelho completa.


“As
igrejas neopentecostais, e a IURD é o maior exemplo, não são compostas
de pessoas envolvidas em uma Koiononia cristã. A maior parte não se
conhece. Não há um projeto eclesiástico comum aos frequentadores, que
são apenas clientes que buscam uma resposta mágica para seus problemas”. [2]


Essas
igrejas, diria Antonio Gouveia Mendonça em sua obra “O
Neopentecostalismo, Excerto de Estudos da Religião”, são controladas por
pessoas ou por grupos sem dever para com os clientes, a não ser
passar-lhes um produto, normalmente sob contribuição financeira. São
usuários sem os direitos e sem um procon ao qual recorrerem. Consomem o
produto, mas não têm poder de ingerir no sistema.


De
acordo com o sociólogo Ricardo Marinho, autor de “Neopentecostais –
Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil” -, “a preocupação dos
neopentecostais é com esta vida. O que interessa é o aqui e o agora”.
Essa citação consta da matéria “Evangélicos, quem são eles, por que
crescem tanto e o que essa expansão significa para o Brasil e para o
mundo”, publicada em fevereiro de 2004 pela revista Super Interessante.
Nela, o jornalista Sérgio Gwevman faz uma análise do crescimento dos
evangélicos brasileiros e atribui ao Neopentecostalismo um papel central
nessa expansão. Uma das características do proselitismo praticado pela
IURD, segundo Gwevman, é a atribuição aos demônios boa parte dos males
que atingem os fieis.


“Para
os neopentecostais, os homens não são responsáveis pelos atos de
maldade que cometem: é o Diabo que os leva a pecar. Numa sessão de
descarrego da Igreja Universal, o pastor explicou que, se o fiel
enfrenta um problema há mais de três meses, é provável que esteja
carregando um encosto. ‘Se a dificuldade completar um ano, daí não há
dúvida: a culpa é do demônio’, disse a congregação. Ele não se referia
só a entraves financeiros ou comportamentais. A receita vale para tudo,
inclusive para doenças incuráveis. Assim, expulsar o demônio do corpo é a
receita única para todos os males, de casamento infeliz até câncer no
pulmão”. [3]


Wemerson
Marinho, em sua análise “Pontos Discutíveis do Movimento
Neopentecostal” levanta estas e outras questões relacionadas ao sistema
litúrgico e isolamento espiritual que são submetidos os frequentadores
das igrejas neopentecostais. Ele cita, entre outras coisas, a falta de
uma liturgia eclesiástica e a pouca atenção dada às Escrituras Sagradas
como a única regra de fé e conduta.


“Os
neopentecostais afirmam que a Bíblia é a Palavra de Deus e, com isto,
nós concordamos. Mas para eles, a palavra dos “profetas”, dos
visionários, também é a Palavra de Deus. E, por isto, baseiam suas vidas
e suas doutrinas também em visões, ‘novas revelações’ e em experiências
místicas.” [4]


Esse
é o ponto “x” da questão colocada pela maioria dos estudiosos do
movimento, ou seja, a falta de uma doutrina sólida acompanhada de um
discipulado sistêmico e bíblico. Há casos de indivíduos que se deixam
batizar por mais de cinco vezes nos templos da IURD por acreditar que
tal prática irá “purificá-lo por completo” (sic) como se as águas
batismais possuíssem qualquer poder a não ser o simbolismo que
proporciona aos verdadeiros nascidos da água e do Espírito.


É
a falta de uma hermenêutica sadia a causa da maioria das crenças e
práticas impuras praticadas pela liderança da IURD, segundo conclui o
dossiê “Análise da Teologia e Práxis da Igreja Universal do Reino de
Deus” publicado pela Igreja Presbiteriana do Brasil e que se encontra
disponível no livro “Igreja Universal do Reino de Deus – Sua doutrina e
prática” (S. Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997 p. 28). O documento faz
a seguinte afirmação com relação à maneira como os líderes da IURD
interpretam as Escrituras.


“O
método de interpretação das Escrituras utilizado por bispos e pastores
da IURD consiste em geral numa atualização ou transposição das
experiências religiosas de personagens bíblicas para os dias atuais.
Isto ocorre em virtude do que entendem ser a Bíblia. Macedo não parece
ver a Bíblia como a revelação proporcional de Deus, mas como um livro de
experiências religiosas, que começa com Israel no Velho Testamento e
termina com a humanidade em Apocalipse, experiências estas que podem ser
repetidas nos mesmos moldes, nos dias atuais.


Assim,
a repetição ou re-encenação de episódios e eventos bíblicos é utilizada
como ferramenta que lhes permite usar as Escrituras como base de sua
prática... Por exemplo, assim como Noé fez uma aliança com Deus, podemos
nós também fazê-la. Assim como Josué cercou as muralhas de Jericó e ao
som de trombetas elas caíram, assim podemos cercar as muralhas das
dificuldades e problemas e derrubá-los em nome de Jesus (usando uma
trombeta de plástico e uma muralha de isopor). A vara que Moisés usou, o
cajado de Jacó, os aventais de Paulo – todas estas coisas, e muitas
outras tiradas das histórias bíblicas, se tornam tipos da utilização de
apetrechos semelhantes, aos quais é atribuída (apesar das negações em
contrário) algum valor espiritual na resolução de problemas”. [5]


Leonildo
Campos, usado como referência pelo dossiê, faz coro ao dizer que a
Bíblia é muito mais que um depósito de símbolos, alegorias e de cenas
dramáticas ou até um amuleto para exorcizar demônios e curar enfermos do
que a Palavra de Deus, encarada por outros protestantes como “regra de
fé e prática”, e para os fundamentais, a “regra infalível”. Campos é
autor do livro “Teatro, Templo e Mercado” (S. Paulo: Simpósio Editora,
1999, p. 82) onde faz uma análise do uso da fé como instrumento de
riqueza pelas igrejas neopentecostais e demais grupos positivistas.


Superficialidade e engodo psicológico


Devido
à ênfase na liturgia envolvente, curas e exorcismos, os neopentecostais
são na sua maioria superficiais na fé e no conhecimento das Escrituras,
segundo expõe Marinho em “Pontos Discutíveis do Movimento
Neopentecostal”. Não somente isso, mas também a falta de uma doutrina
bíblica e discipulado fazem com que os indivíduos que recorrem aos
templos neopentecostais permaneçam ignorantes em suas crendices e
continuem a praticá-las. Nesse ponto, a IURD se assemelha ao catolicismo
ao incorporar todo tipo de religiosidade oferecendo-lhe valores
cristãos, ao mesmo tempo em que libera seus dizimistas para que
frequentem outros locais de culto e não tenham que se submeter aos
princípios bíblicos e cristãos.


Por
outro lado, existe uma tentativa de “isolamento” desses indivíduos,
tirando-lhes sua capacidade de discernimento e/ou compreensão dos fatos
que ocorrem em seu entorno. Um exemplo disso é o uso da psicanálise nas
reuniões da IURD, como revela o artigo A ciência dos transes (Época, 28
de abril, 2003) que compara as práticas neopetencostais aos princípios
psicológicos defendidos por Emile Durkhein (autor do estudo sobre a
função dos transes nas sociedades primitivas) e o neurologista
Jean-Martin Charcot (que mostrou como as técnicas de hipnose induzem as
incorporações de “espíritos”). Na matéria, a revista cita uma declaração
de uma ex-fiel da Igreja Universal que revela como os bispos e seus
auxiliares aprendem a induzir o transe.


“Quando
a pessoa está tonta, fica mais aberta para manifestar os demônios”, diz
a obreira Aparecida Santos, ex-fiel da Igreja Universal, atualmente na
Igreja Internacional da Graça de deus. Ela costuma pôr a mão na cabeça
dos fieis e fazê-la rodar. Outro recurso que funciona é tocar músicas
altas no teclado, com acordes bem tenebrosos. ‘Porque o demônio não
gosta de silêncio’, explica a obreira. Aparecida aprendeu as técnicas do
exorcismo na Universal, onde passou cinco anos como auxiliar de
pastores.” [6]


Outro
recurso utilizado pela IURD é o chamado “Jejum dos 21 dias” período em
que os fieis devem se concentrar nos discursos da igreja e se isolar do
mundo externo, sendo proibidas de ter acesso a qualquer tipo de
informação, seja por meio de jornais, sites, rádio ou televisão. “O
Bispo Romualdo e os pastores têm sugerido acessar apenas o blog do Bispo
Macedo onde haverá textos para meditação nesse período de Jejum”,
revela o frequentador Alexandre Fernandes em uma página da web.


O
objetivo do “jejum da separação”, segundo os líderes da IURD, é a busca
de uma vida espiritual equilibrada. No site IURD.pt encontramos a
seguinte afirmação.


“O
jejum, para muitos, indica apenas o abster-se da bebida e da comida, e
esse é o jejum normal. Já o santo jejum não está relacionado só com
isso. E o que é que o/a impede de estar em espírito? Por exemplo, ler
livros ou revistas que não falem de Deus, ouvir músicas ou notícias que
não falem de Deus, ou seja, que não o/a conectem a Ele e não alimentem o
seu espírito.


Iremos
fazer um jejum que inclui não assistir televisão, não usar a Internet,
não ler revistas e livros, etc. Vamos orar três vezes por dia, de manhã,
à tarde e à noite, e você vai fazê-lo e vai-se santificar, fortalecer e
investir no seu espírito, para que seja cheia d’Ele”


Apesar
do objetivo aparentemente louvável da Igreja Universal, existe por trás
um engodo psicológico perigoso e que nos remete aos grupos conhecidos
como “seitas destrutivas”. Tais segmentos recrutam novos discípulos com
promessas de cura, prosperidade e encontro com Deus. Uma vez fisgado, o
indivíduo é convidado a se juntar à igreja e se afastar de tudo que
possa impedi-lo de desenvolver sua espiritualidade, como familiares e
amigos próximos. A partir de então ele passa a pertencer à comunidade,
isolando-se física e psicologicamente do mundo exterior. Nestas
condições, a manipulação ou lavagem cerebral torna-se fácil, fazendo com
que o novo discípulo concorde em entregar suas economias e se dedicar
exclusivamente à comunidade religiosa, desenvolvendo atividades que
beiram ao “escravismo”. É o caso da Seita do Rev. Moon, a Família
(antiga Meninos de Deus), o Templo dos Povos etc.


A
Igreja Deus é Amor, com toda sua ritualística e imposição doutrinária,
promove algo semelhante ao submeter seus membros a um fanatismo cego e
quase doentio, proibindo-lhes de assistir televisão, participar de
festas ou mesmo ir à praia. O motivo pelo qual não há uma modernização
nos padrões doutrinários da Igreja deve-se ao fato de que submetidos ao
manto do fanatismo seus membros continuarão a ofertar e seguir fielmente
os desmandos de seu líder máximo, o missionário David Miranda.


Na
IURD, apesar da não-obrigatoriedade de se desenvolver uma vida
religiosa pautada em usos e costumes, há problemas sérios relacionados
às campanhas de prosperidade, como a fogueira santa que todos os anos
arrecada milhões de reais e deixa famílias desamparadas, com a entrega
quase que total de suas propriedades. Sendo não poucos os casos de
ex-fieis que recorrem à justiça para reaver seus bens, com a alegação de
indução ao erro.


Ausência da ética cristã


O
maior problema relacionado às igrejas neopentecostais, e a IURD é o
principal exemplo, é a ausência da ética cristã. Ela compreende diversos
aspectos, desde a questão doutrinária até princípios morais defendidos
pelo cristianismo bíblico. Augustus Nicodemos define a ética cristã nos
seguintes termos:


“A
ética cristã, em resumo, é o conjunto de valores morais total e
unicamente baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve
regular sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si
mesmo. Não é um conjunto de regras pelas quais os homens poderão chegar a
Deus – mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o
redimiu. Por ser baseada na revelação divina, acredita em valores
morais absolutos, que são à vontade de Deus para todos os homens, de
todas as culturas e em todas as épocas.”


A
ética cristã pressupõe defesa dos bons costumes, da moral e de uma vida
pautada nas Escrituras Sagradas. Aí temos a questão da defesa da vida,
da família e da sociedade como pertencentes a Deus. Questões como o
casamento e o aborto são uma das problemáticas quando comparamos a IURD a
outras denominações cristãs. Com base em fatos puramente comerciais
(digo “comerciais” no sentido literal da expressão), a IURD deixou de
ver a vida como elemento máximo das decisões humanas, para transformá-la
em uma oportunidade de negócio. A defesa do aborto nada mais é do que
uma estratégia, um meio encontrado pela igreja para atrair católicos
descontentes com sua religião. É com base em tais parâmetros que a
Igreja Universal se define, delineando para o mundo que tipo de
indivíduos frequentam seus templos.


São
esses mesmos indivíduos que traem seus cônjuges, segundo pesquisa
realizada pelo BEPEC – Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã. De
acordo com o estudo, a porcentagem de neopentecostais que afirmam terem
alguma vez praticado infidelidade conjugal é de 26,51%, contra os 21,43%
de pentecostais. Os dados revelados pela pesquisa comprovam que a
ausência de um discipulado eficiente e ética cristã nas igrejas
neopentecostais, resultam em uma massa crua e sem vida composta por
indivíduos das mais diferentes confissões religiosas que procuram seus
templos atraídos pela propaganda de prosperidade e cura divina. Uma nova
reforma se faz mais que urgente.


Notas

1. CORAZZA, S. Templo é Dinheiro, Curitiba. Revista Ideias, maio de 2011


2. COELHO, I.G. Neopentecostalismo, Campinas – SP. Palestra ministrada em abril de 2004 na Faculdade Teológica de Campinas.


3.
MARINHO, R. Evangélicos, quem são eles, por que crescem tanto e o que
essa expansão significa para o Brasil e para o mundo. São Paulo – SP.
Revista Super Interessante, fevereiro de 2004, pág. 55


4. MARINHO. W. Pontos Discutíveis do Movimento Neopentecosta. Ipatinga – MG.


5. Comissão
Permanente de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil. Igreja
Universal do Reino de Deus – Sua Teologia e Sua Prática. S. Paulo:
Editora Cultura Cristã, 1997, p. 28


6. A Ciência dos Transes. São Paulo – SP. Época, abril de 2003 págs. 73 e 74


7. NICODEMOS A. Ética Cristã. São Paulo – SP. O Tempora, O Moraes, 2010.
O Neopentecostalismo e a ética cristã









“Crédito ou débito? - Quem pergunta é o pastor
da Igreja Internacional da Graça de Deus que recolhe o dízimo e outras
doações munido da máquina para registrar operação com cartão de
crédito."


O trecho
acima introduz a matéria Templo é dinheiro, da jornalista Sarah Corazza,
da revista paranaense Ideias. A matéria é resultado de um mês de
visitas a templos neopentecostais de Curitiba, quando a autora constatou
que os “neopentecostais fazem sucesso de público e de bilheteria.”
Segundo Corazza, houve um tempo em que Curitiba era conhecida como a
“cidade das farmácias”, dada a quantidade de farmácias por metro quadro.
Hoje a realidade é outra: são os templos neopentecostais que chamam
atenção.


Presentes na
capital paranaense desde pelo menos o começo dos anos 80, uma das que
mais se destacam é a IURD, que, segundo a reportagem, adquiriu a antiga
fábrica Matte Leão para abrigar o seu rebanho que não para de crescer. A
jornalista atribuí tal façanha ao crescimento desenfreado e ambicioso
dos cofres da instituição.


“Logo
se vê que as neopentecostais fazem sucesso não apenas de público, mas
também de bilheteria. É incalculável o que arrecadam diariamente. O
suficiente para abrir templos e também para financiar o proselitismo
eletrônico que ocupa boa parte do horário televisivo e radiofônico. Isso
custa dinheiro. Muito dinheiro. Tanto que a Universal do Reino de Deus,
do financista e bispo Edir Macedo, comprou a sua própria rede de
televisão.” [1]


O
que vemos em Curitiba se perpetua por todo o país e atravessa as
fronteiras, com adeptos nos EUA, Europa e também nos países abaixo do
Saara. Não apenas a IURD, mas também boa parte das igrejas
neopentecostais vivem o bom da ignorância de milhares de brasileiros que
diariamente peregrinam para seus templos em busca de cura e
prosperidade. São massas sem doutrina que orbitam em torno de crendices
populares e sessões de descarrego da Igreja Universal, passando pelas
campanhas do sabonete ungido da Graça de Deus e do lenço abençoado do
Valdomiro. Isaltino Gomes Coelho completa.


“As
igrejas neopentecostais, e a IURD é o maior exemplo, não são compostas
de pessoas envolvidas em uma Koiononia cristã. A maior parte não se
conhece. Não há um projeto eclesiástico comum aos frequentadores, que
são apenas clientes que buscam uma resposta mágica para seus problemas”. [2]


Essas
igrejas, diria Antonio Gouveia Mendonça em sua obra “O
Neopentecostalismo, Excerto de Estudos da Religião”, são controladas por
pessoas ou por grupos sem dever para com os clientes, a não ser
passar-lhes um produto, normalmente sob contribuição financeira. São
usuários sem os direitos e sem um procon ao qual recorrerem. Consomem o
produto, mas não têm poder de ingerir no sistema.


De
acordo com o sociólogo Ricardo Marinho, autor de “Neopentecostais –
Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil” -, “a preocupação dos
neopentecostais é com esta vida. O que interessa é o aqui e o agora”.
Essa citação consta da matéria “Evangélicos, quem são eles, por que
crescem tanto e o que essa expansão significa para o Brasil e para o
mundo”, publicada em fevereiro de 2004 pela revista Super Interessante.
Nela, o jornalista Sérgio Gwevman faz uma análise do crescimento dos
evangélicos brasileiros e atribui ao Neopentecostalismo um papel central
nessa expansão. Uma das características do proselitismo praticado pela
IURD, segundo Gwevman, é a atribuição aos demônios boa parte dos males
que atingem os fieis.


“Para
os neopentecostais, os homens não são responsáveis pelos atos de
maldade que cometem: é o Diabo que os leva a pecar. Numa sessão de
descarrego da Igreja Universal, o pastor explicou que, se o fiel
enfrenta um problema há mais de três meses, é provável que esteja
carregando um encosto. ‘Se a dificuldade completar um ano, daí não há
dúvida: a culpa é do demônio’, disse a congregação. Ele não se referia
só a entraves financeiros ou comportamentais. A receita vale para tudo,
inclusive para doenças incuráveis. Assim, expulsar o demônio do corpo é a
receita única para todos os males, de casamento infeliz até câncer no
pulmão”. [3]


Wemerson
Marinho, em sua análise “Pontos Discutíveis do Movimento
Neopentecostal” levanta estas e outras questões relacionadas ao sistema
litúrgico e isolamento espiritual que são submetidos os frequentadores
das igrejas neopentecostais. Ele cita, entre outras coisas, a falta de
uma liturgia eclesiástica e a pouca atenção dada às Escrituras Sagradas
como a única regra de fé e conduta.


“Os
neopentecostais afirmam que a Bíblia é a Palavra de Deus e, com isto,
nós concordamos. Mas para eles, a palavra dos “profetas”, dos
visionários, também é a Palavra de Deus. E, por isto, baseiam suas vidas
e suas doutrinas também em visões, ‘novas revelações’ e em experiências
místicas.” [4]


Esse
é o ponto “x” da questão colocada pela maioria dos estudiosos do
movimento, ou seja, a falta de uma doutrina sólida acompanhada de um
discipulado sistêmico e bíblico. Há casos de indivíduos que se deixam
batizar por mais de cinco vezes nos templos da IURD por acreditar que
tal prática irá “purificá-lo por completo” (sic) como se as águas
batismais possuíssem qualquer poder a não ser o simbolismo que
proporciona aos verdadeiros nascidos da água e do Espírito.


É
a falta de uma hermenêutica sadia a causa da maioria das crenças e
práticas impuras praticadas pela liderança da IURD, segundo conclui o
dossiê “Análise da Teologia e Práxis da Igreja Universal do Reino de
Deus” publicado pela Igreja Presbiteriana do Brasil e que se encontra
disponível no livro “Igreja Universal do Reino de Deus – Sua doutrina e
prática” (S. Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997 p. 28). O documento faz
a seguinte afirmação com relação à maneira como os líderes da IURD
interpretam as Escrituras.


“O
método de interpretação das Escrituras utilizado por bispos e pastores
da IURD consiste em geral numa atualização ou transposição das
experiências religiosas de personagens bíblicas para os dias atuais.
Isto ocorre em virtude do que entendem ser a Bíblia. Macedo não parece
ver a Bíblia como a revelação proporcional de Deus, mas como um livro de
experiências religiosas, que começa com Israel no Velho Testamento e
termina com a humanidade em Apocalipse, experiências estas que podem ser
repetidas nos mesmos moldes, nos dias atuais.


Assim,
a repetição ou re-encenação de episódios e eventos bíblicos é utilizada
como ferramenta que lhes permite usar as Escrituras como base de sua
prática... Por exemplo, assim como Noé fez uma aliança com Deus, podemos
nós também fazê-la. Assim como Josué cercou as muralhas de Jericó e ao
som de trombetas elas caíram, assim podemos cercar as muralhas das
dificuldades e problemas e derrubá-los em nome de Jesus (usando uma
trombeta de plástico e uma muralha de isopor). A vara que Moisés usou, o
cajado de Jacó, os aventais de Paulo – todas estas coisas, e muitas
outras tiradas das histórias bíblicas, se tornam tipos da utilização de
apetrechos semelhantes, aos quais é atribuída (apesar das negações em
contrário) algum valor espiritual na resolução de problemas”. [5]


Leonildo
Campos, usado como referência pelo dossiê, faz coro ao dizer que a
Bíblia é muito mais que um depósito de símbolos, alegorias e de cenas
dramáticas ou até um amuleto para exorcizar demônios e curar enfermos do
que a Palavra de Deus, encarada por outros protestantes como “regra de
fé e prática”, e para os fundamentais, a “regra infalível”. Campos é
autor do livro “Teatro, Templo e Mercado” (S. Paulo: Simpósio Editora,
1999, p. 82) onde faz uma análise do uso da fé como instrumento de
riqueza pelas igrejas neopentecostais e demais grupos positivistas.


Superficialidade e engodo psicológico


Devido
à ênfase na liturgia envolvente, curas e exorcismos, os neopentecostais
são na sua maioria superficiais na fé e no conhecimento das Escrituras,
segundo expõe Marinho em “Pontos Discutíveis do Movimento
Neopentecostal”. Não somente isso, mas também a falta de uma doutrina
bíblica e discipulado fazem com que os indivíduos que recorrem aos
templos neopentecostais permaneçam ignorantes em suas crendices e
continuem a praticá-las. Nesse ponto, a IURD se assemelha ao catolicismo
ao incorporar todo tipo de religiosidade oferecendo-lhe valores
cristãos, ao mesmo tempo em que libera seus dizimistas para que
frequentem outros locais de culto e não tenham que se submeter aos
princípios bíblicos e cristãos.


Por
outro lado, existe uma tentativa de “isolamento” desses indivíduos,
tirando-lhes sua capacidade de discernimento e/ou compreensão dos fatos
que ocorrem em seu entorno. Um exemplo disso é o uso da psicanálise nas
reuniões da IURD, como revela o artigo A ciência dos transes (Época, 28
de abril, 2003) que compara as práticas neopetencostais aos princípios
psicológicos defendidos por Emile Durkhein (autor do estudo sobre a
função dos transes nas sociedades primitivas) e o neurologista
Jean-Martin Charcot (que mostrou como as técnicas de hipnose induzem as
incorporações de “espíritos”). Na matéria, a revista cita uma declaração
de uma ex-fiel da Igreja Universal que revela como os bispos e seus
auxiliares aprendem a induzir o transe.


“Quando
a pessoa está tonta, fica mais aberta para manifestar os demônios”, diz
a obreira Aparecida Santos, ex-fiel da Igreja Universal, atualmente na
Igreja Internacional da Graça de deus. Ela costuma pôr a mão na cabeça
dos fieis e fazê-la rodar. Outro recurso que funciona é tocar músicas
altas no teclado, com acordes bem tenebrosos. ‘Porque o demônio não
gosta de silêncio’, explica a obreira. Aparecida aprendeu as técnicas do
exorcismo na Universal, onde passou cinco anos como auxiliar de
pastores.” [6]


Outro
recurso utilizado pela IURD é o chamado “Jejum dos 21 dias” período em
que os fieis devem se concentrar nos discursos da igreja e se isolar do
mundo externo, sendo proibidas de ter acesso a qualquer tipo de
informação, seja por meio de jornais, sites, rádio ou televisão. “O
Bispo Romualdo e os pastores têm sugerido acessar apenas o blog do Bispo
Macedo onde haverá textos para meditação nesse período de Jejum”,
revela o frequentador Alexandre Fernandes em uma página da web.


O
objetivo do “jejum da separação”, segundo os líderes da IURD, é a busca
de uma vida espiritual equilibrada. No site IURD.pt encontramos a
seguinte afirmação.


“O
jejum, para muitos, indica apenas o abster-se da bebida e da comida, e
esse é o jejum normal. Já o santo jejum não está relacionado só com
isso. E o que é que o/a impede de estar em espírito? Por exemplo, ler
livros ou revistas que não falem de Deus, ouvir músicas ou notícias que
não falem de Deus, ou seja, que não o/a conectem a Ele e não alimentem o
seu espírito.


Iremos
fazer um jejum que inclui não assistir televisão, não usar a Internet,
não ler revistas e livros, etc. Vamos orar três vezes por dia, de manhã,
à tarde e à noite, e você vai fazê-lo e vai-se santificar, fortalecer e
investir no seu espírito, para que seja cheia d’Ele”


Apesar
do objetivo aparentemente louvável da Igreja Universal, existe por trás
um engodo psicológico perigoso e que nos remete aos grupos conhecidos
como “seitas destrutivas”. Tais segmentos recrutam novos discípulos com
promessas de cura, prosperidade e encontro com Deus. Uma vez fisgado, o
indivíduo é convidado a se juntar à igreja e se afastar de tudo que
possa impedi-lo de desenvolver sua espiritualidade, como familiares e
amigos próximos. A partir de então ele passa a pertencer à comunidade,
isolando-se física e psicologicamente do mundo exterior. Nestas
condições, a manipulação ou lavagem cerebral torna-se fácil, fazendo com
que o novo discípulo concorde em entregar suas economias e se dedicar
exclusivamente à comunidade religiosa, desenvolvendo atividades que
beiram ao “escravismo”. É o caso da Seita do Rev. Moon, a Família
(antiga Meninos de Deus), o Templo dos Povos etc.


A
Igreja Deus é Amor, com toda sua ritualística e imposição doutrinária,
promove algo semelhante ao submeter seus membros a um fanatismo cego e
quase doentio, proibindo-lhes de assistir televisão, participar de
festas ou mesmo ir à praia. O motivo pelo qual não há uma modernização
nos padrões doutrinários da Igreja deve-se ao fato de que submetidos ao
manto do fanatismo seus membros continuarão a ofertar e seguir fielmente
os desmandos de seu líder máximo, o missionário David Miranda.


Na
IURD, apesar da não-obrigatoriedade de se desenvolver uma vida
religiosa pautada em usos e costumes, há problemas sérios relacionados
às campanhas de prosperidade, como a fogueira santa que todos os anos
arrecada milhões de reais e deixa famílias desamparadas, com a entrega
quase que total de suas propriedades. Sendo não poucos os casos de
ex-fieis que recorrem à justiça para reaver seus bens, com a alegação de
indução ao erro.


Ausência da ética cristã


O
maior problema relacionado às igrejas neopentecostais, e a IURD é o
principal exemplo, é a ausência da ética cristã. Ela compreende diversos
aspectos, desde a questão doutrinária até princípios morais defendidos
pelo cristianismo bíblico. Augustus Nicodemos define a ética cristã nos
seguintes termos:


“A
ética cristã, em resumo, é o conjunto de valores morais total e
unicamente baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve
regular sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si
mesmo. Não é um conjunto de regras pelas quais os homens poderão chegar a
Deus – mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o
redimiu. Por ser baseada na revelação divina, acredita em valores
morais absolutos, que são à vontade de Deus para todos os homens, de
todas as culturas e em todas as épocas.”


A
ética cristã pressupõe defesa dos bons costumes, da moral e de uma vida
pautada nas Escrituras Sagradas. Aí temos a questão da defesa da vida,
da família e da sociedade como pertencentes a Deus. Questões como o
casamento e o aborto são uma das problemáticas quando comparamos a IURD a
outras denominações cristãs. Com base em fatos puramente comerciais
(digo “comerciais” no sentido literal da expressão), a IURD deixou de
ver a vida como elemento máximo das decisões humanas, para transformá-la
em uma oportunidade de negócio. A defesa do aborto nada mais é do que
uma estratégia, um meio encontrado pela igreja para atrair católicos
descontentes com sua religião. É com base em tais parâmetros que a
Igreja Universal se define, delineando para o mundo que tipo de
indivíduos frequentam seus templos.


São
esses mesmos indivíduos que traem seus cônjuges, segundo pesquisa
realizada pelo BEPEC – Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã. De
acordo com o estudo, a porcentagem de neopentecostais que afirmam terem
alguma vez praticado infidelidade conjugal é de 26,51%, contra os 21,43%
de pentecostais. Os dados revelados pela pesquisa comprovam que a
ausência de um discipulado eficiente e ética cristã nas igrejas
neopentecostais, resultam em uma massa crua e sem vida composta por
indivíduos das mais diferentes confissões religiosas que procuram seus
templos atraídos pela propaganda de prosperidade e cura divina. Uma nova
reforma se faz mais que urgente.


Notas

1. CORAZZA, S. Templo é Dinheiro, Curitiba. Revista Ideias, maio de 2011


2. COELHO, I.G. Neopentecostalismo, Campinas – SP. Palestra ministrada em abril de 2004 na Faculdade Teológica de Campinas.


3.
MARINHO, R. Evangélicos, quem são eles, por que crescem tanto e o que
essa expansão significa para o Brasil e para o mundo. São Paulo – SP.
Revista Super Interessante, fevereiro de 2004, pág. 55


4. MARINHO. W. Pontos Discutíveis do Movimento Neopentecosta. Ipatinga – MG.


5. Comissão
Permanente de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil. Igreja
Universal do Reino de Deus – Sua Teologia e Sua Prática. S. Paulo:
Editora Cultura Cristã, 1997, p. 28


6. A Ciência dos Transes. São Paulo – SP. Época, abril de 2003 págs. 73 e 74


7. NICODEMOS A. Ética Cristã. São Paulo – SP. O Tempora, O Moraes, 2010.http://jtbernardo.blogspot.com.br/2012/01/o-neopentecostalismo-e-etica-crista.html
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