Suba um degrau por vez

A nossa formação intelectual, e não só meramente intelectual, mas também teológica, consiste num processo de aprendizagem continuada, logo, “subamos” um degrau de cada vez. O signatário confessa que ao longo da vida tem tido a grata oportunidade de ouvir pessoas com o mais variado tipo de formação. Algumas destas não possuem um currículo acadêmico, contudo são autodidatas, leitores e estudiosos, pessoas dedicadas que possuem vasto conhecimento bíblico, experiência de vida e com Deus. No outro extremo, também tenho tido a preciosa oportunidade de ouvir Mestres e Doutores com larga experiência no campo da docência, e com formação teológica/acadêmica adquirida fora do país, inclusive; que falam dois ou três idiomas, dominam o Grego e o Hebraico (idiomas usados na escrita original da Bíblia), enfim, com um currículo intelectual e teológico admirável, todavia, a constatação é uma só: eles não se julgam absolutos em seus conhecimentos; não obstante as circunstâncias, “transpiram humildade”. Em ambos os casos, os dois grupos anteriormente citados são plenamente conscientes quanto à necessidade de continuar ouvindo, lendo, estudando e consequentemente aprendendo.
Não obstante, lamentavelmente há pessoas que vieram para a fé “ontem”, não subiram sequer o primeiro degrau e já ousam pular para o meio da escada, e nesta ousada aventura, terminam por prejudicar a si mesmas, tendo em vista que não há base sólida suficiente, não há estrutura previamente estabelecida, não há princípio de formação, condições estas tão necessárias para a construção de um “edifício” intelectual/teológico e espiritual bem equilibrado.
Entendo que estudar teologia seja como desenrolar um rolo de linha, onde se deve começar pelo início, pela ponta da linha, pois se você começar por qualquer outra parte, a possibilidade de aumentar o emaranhado se torna maior. Assim sendo, penso que principalmente os neoconversos (novos convertidos) devem primeiramente ser discipulados, tornarem-se alunos assíduos da Escola Bíblica, participarem dos programas de estudos elementares da Bíblia em suas comunidades de fé, habituarem-se à leitura diária da Bíblia, fazer um curso BÁSICO em teologia, ler bons livros que possam ser compatíveis com a sua iniciação ao Evangelho, sempre sob a indicação de pessoas mais experientes. Enfim, um degrau sendo galgado de cada vez, para somente então ousarem voar mais alto.
Contudo, não é raro presenciarmos o inverso acontecendo e a primeira reação adversa que surge é a perca da consciência inerente a necessidade de sentar para ouvir e aprender. Seria cômico, por exemplo, ouvir um aluno de medicina cursar duas disciplinas e já designar-se médico, ou ainda, ouvir um mero estudante de direito denominar-se advogado sem que haja concluído sua graduação e em decorrência disso ter passado pelo exame da ordem.
Portanto, há uma longa e contínua jornada a ser trilhada, principalmente na “esteira” da construção cognitiva, visto que o conhecimento é algo que não se esgota. Destarte, isso também vale para a formação teológica. Não basta fazer um curso básico denominacional em Teologia e sair por aí se auto-classificando como Teólogo, como muitos tem feito. A jornada é longa e exige esforço!
Enfim, neste dia que nos deu o Senhor, “#ficaAdica”!
 
Fraternalmente em Cristo,
 
Ângelo dos Santos Monteiro
 

Autor(a)

Ângelo dos Santos Monteiro

Ângelo dos Santos Monteiro é natural de Florianópolis, Santa Catarina, onde atualmente reside. É obreiro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus; é esposo de Daniele Monteiro e pai de Misael Monteiro. Enfim, Ângelo é um "curioso" que gosta de ler e estudar, e que faz da teologia seu "hobbie" preferido.