CCB clandestina em área ambiental!!!

Associação questiona instalação de templo da Congregação Cristã
Mário Hugo Monken, JB Online

RIO - A construção de um templo da Congregação Cristã do Brasil em Copacabana está causando polêmica. A Associação de Moradores da Praça Cardeal Arcoverde (Amave) enviou um abaixo-assinado aos órgãos municipais questionando a instalação da igreja na Travessa Guimarães Natal, muito perto do Parque Estadual da Chacrinha, que é área de preservação ambiental.

Iniciada sem licença, a obra foi embargada pela prefeitura. No entanto, os cultos continuam acontecendo no galpão inacabado, segundo moradores.

Alertado pela Amave sobre o problema, o subprefeito da Zona Sul, Bruno Ramos, afirmou que a construção pode causar sérios riscos à população. Isso porque, ao lado, há um terreno por onde passam cabos subterrâneos da subestação Leme da Light.

O problema não parece preocupar o responsável pela igreja (que não quis se identificar). Ele disse ao JB que, assim que obtiver a licença, vai retomar a obra.

A construção também estaria trazendo prejuízos ambientais ao parque. Segundo Bruno Ramos, entulhos eram jogados dentro da Chacrinha. A Amave informou ter recebido denúncias de desmatamento, mas não confirmou se eram procedentes. Não há sinais de queimadas na área.

O responsável pela igreja negou qualquer tipo de irregularidade. Disse que comprou o terreno em 2002 e jamais praticou desmatamento. Sobre a obra sem licença, ele declarou que não fez qualquer tipo de construção no terreno, apenas reparos no telhado.

– Tenho RGI (Registro Geral de Imóveis) – garantiu.

Barulho e falta de espaço

O presidente da Amave, Eduardo Barbieri, disse ter outras razões para ser contra a construção do templo. Afirmou que o barulho dos cultos afeta a fauna do parque, como também incomoda os moradores.

Declarou ainda que não há espaço na Guimarães Natal para a circulação de veículos de frequentadores da igreja porque a via é muito estreita, além de não ser permitido estacionar no local.

Ele ressaltou que o movimento contrário à igreja nada tem a ver com perseguição religiosa.

– Não tenho nada contra qualquer credo religioso. As pessoas têm seu livre arbítrio – disse ele, que questionou também se o terreno onde está a igreja não fica nos limites do parque.

Na mesma rua funciona uma outra instituição religiosa, a Igreja Presbiteriana Bethesda.

Moradores ouvidos pelo JB disseram que os cultos continuam acontecendo aos finais de semana, mas que não se incomodam com o barulho. Segundo eles, antes da igreja, a Guimarães Natal tinha consumo de drogas e muita bagunça, além de pessoas praticando sexo na via pública.

O subprefeito da Zona Sul afirmou que vai checar a informação de que os cultos continuariam acontecendo.

Sobre as denúncias de prejuízo ambiental, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou que o terreno da igreja não fica dentro dos limites do parque e que também não tem conhecimento de desmatamento no local.

A administração da Chacrinha passou a ser da prefeitura em 2007. Criado em 1969, o parque é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).

A pasta informou, entretanto, que poderá analisar possíveis problemas de poluição sonora.

A Amave alertou ainda às autoridades sobre a construção de um prédio na Travessa Guimarães Natal. Segundo Eduardo Barbieri, não há placas no local indicando o engenheiro responsável pela obra.

21:40 - 06/08/2009http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/08/06/e060818455.asp