USO DO VÉU

Uma das principais diferenças e conflito da Congregação Cristã no Brasil com as demais igrejas evangélicas está no uso do véu e do cabelo da mulher.

O uso do véu constituiu-se numa “bandeira”, com frequência levantada pela Congregação para combater as demais denominações evangélicas.

Uma simples análise na Bíblia desfaz este mau entendido sobre a prática da oração e elucida esta questão que tem confundido a tantas mulheres sinceras na fé.

- Sobre a oração e o véu

O Resumo da Convenção da Congregação Cristã de 1936 diz: “sempre que a mulher orar ou profetizar deve estar com a cabeça coberta.”

Observe que esta ordenança restringe a oração das mulheres ao uso do véu.

Há, porém, situações que o uso do véu torna-se muito complicado. Por exemplo, a Bíblia diz: "orai em todo tempo com toda oração e súplica... " (Ef 5.18).

Como a irmã usaria o véu para seguir esta direção da Palavra de Deus?

O que fazer para orar numa emergência, num parto difícil, no hospital, no avião, na fila do banco, etc? E se a mulher estiver debaixo do chuveiro, não pode orar? Como agir se a natureza destes acontecimentos não permite o uso do véu? A mulher deixa de orar? Absolutamente!

O endosso da oração é o nome precioso de Jesus e não o véu: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.” (Jo 14.13).

- Sobre a oração sem o véu

Até o momento que Paulo menciona o uso do véu na Igreja de Corinto, não há na Escritura registro dessa orientação.

Sendo assim, as mulheres que viveram antes de Paulo e fizeram suas súplicas a Deus, sem o conhecimento dessa prática, não foram ouvidas pelo Senhor?

E quanto às santas mulheres de Deus, que não pertencem à Congregação Cristã?

De onde vêm as respostas que elas recebem, do diabo?

Para muitos, elas estariam perdendo o seu tempo ao orarem sem o véu.

Contrariando esse pensamento, a Bíblia Sagrada associa as bênçãos que recebemos pelas orações à misericórdia e à preciosa graça do Filho de Deus, aliadas à sinceridade do coração, nada mais.

Sem Jesus, a oração fica "engastalhada no véu"

"Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. (lª Tm 2.1-5)

"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. "(1ª Jo 2.1-2)

"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á." (Mt 7.7-8).

- Sobre o uso do véu e a tradição

Em lª Co 11.2 Paulo inclui o uso do véu na tradição, preceito, e não em doutrina. Ele diz neste texto: "Eu os elogio por se lembrarem de mim em tudo e por se apegarem às tradições exatamente como eu as transmiti a vocês"

A tradição envolve usos e costumes. Apesar de boa, porquanto nos une, lembremo-nos de que o zelo indevido pela tradição pode anular a Palavra de Deus (Mt 15.3). Veja o alerta que Jesus faz:

"Assim vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição... E fazem muitas coisas como essa " (Mc 7.13).

A doutrina está relacionada aos fundamentos da fé cristã: diz respeito àquilo que cremos sobre Deus, e são: salvação (soteriologia), cristologia, natureza inspiracional da Bíblia, a divindade e a pessoalidade do Espírito Santo, escatologia, etc.

Essas doutrinas são chamadas de fundamento dos apóstolos

"Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;"(Ef 2.20)

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações."(At 2.42).

A doutrina é eterna, imutável. Os costumes, porém, são transitórios e mudam conforme o lugar, o tempo, a cultura das nações.

- Sobre a interpretação bíblica incorreta

É comum a elaboração de doutrinas a partir de versículos isolados, fora do contexto, ou a transformação de uma orientação local em uma aplicação universal.

A IMPORTÂNCIA DO CONTEXTO NAS NOSSAS INTERPRETAÇÕES DA BÍBLIA - Para compreender melhor como escapar do pecado de fazer interpretações fora do contexto, veja estes vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=s4R4cE25_EU

https://www.youtube.com/watch?v=GXk6xeqMtSg

De fato, muitos textos são distorcidos e retirados do seu significado original para ganhar um sentido que melhor convém à seita. Se o texto diz “misericórdia”, a pessoa lê “fumo-de-corda” Confundem “túnica” com “Tunica” (nome de gente); quando a Bíblia menciona a “Epístola” de Paulo, pensam que a mesma se refere à “esposa” dele, e por fim, muitos vestem “ternos” o tempo todo só porque leram "revesti-vos de ternos laços de amor".

Conclusão: Se o véu era parte da tradição dada por Paulo aos Coríntios, logo esta prática não cabe necessariamente às demais igrejas de Deus.

- Sobre o uso do véu na igreja local

Como o uso do véu se tratava de uma orientação de Paulo às mulheres de Corinto, ele diz:"julgai entre vós mesmos" (1ª Co 11.13)

Facilmente verificável ao constatarmos que, em nenhuma outra carta, encontramos instruções para o uso do véu.


Veja também: https://www.youtube.com/watch?v=veF5a_Y2DQU