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Pesquisador aponta queda no crescimento da igreja evangélica no Brasil

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Pesquisador aponta queda no crescimento da igreja evangélica no Brasil Empty Pesquisador aponta queda no crescimento da igreja evangélica no Brasil

Mensagem por Lourival soldado cristão 21st agosto 2012, 1:55 pm






















Pesquisador aponta queda no crescimento da igreja evangélica no Brasil Estatistica-200x132 O
pesquisador e especialista em pentecostalismo Paulo Ayres Mattos
comentou em entrevista os dados do último Censo, que mostraram o
crescimento do número de evangélicos no Brasil na última década. O
pesquisador afirmou que os dados apontam um desaceleramento no
crescimento do número de evangélicos no país.

- De 1991-2000 os evangélicos em geral cresceram cerca de 120%; na
década de 2001 a 2010, os evangélicos cresceram aproximadamente 62%.
Isso não pode ser ignorado de forma alguma para quem trabalha com rigor e
seriedade as mutações no campo religioso brasileiro – afirmou o
pesquisador, que vê como um dos motivos para essa redução as melhorias
sociais pelas quais o país tem passado.

- A sociedade brasileira passou por transformações sociais que
possibilitam às pessoas resolverem seus problemas mediante meios mais
racionais sem buscar o recurso de soluções milagrosas – ressalta.

Na entrevista, concedida ao Instituto Humanitas Unisinos, o
pesquisador falou da influência do catolicismo nessa mudança dos
números, dando uma ênfase especial no movimento de renovação carismática

- A reação católica ao pentecostalismo com o fortalecimento da
renovação carismática católica, com forte uso da música e de
cantores/cantoras gospel do próprio meio católico têm oferecido uma
alternativa viável ao pentecostalismo, particularmente a setores de
classe média, estancando a sangria nas fileiras católicas – explica.

Questionado sobre a igreja Assembleia de Deus, o pesquisador afirmou que tal igreja é na verdade uma marca
usada por várias igrejas para se promover.

- As Assembleias de Deus não são uma denominação, mas uma marca de
fantasia, pois não há uma Assembleia de Deus, no Brasil, e sim muitas
denominações que usam esse nome como se fosse de domínio público. Como é
público e notório, há uma guerra civil entre as diversas convenções das
distintas Assembleias e entre os seus distintos ministérios – afirma.

Ayres Mattos é graduado em Teologia pela Faculdade de Teologia da
Igreja Metodista, e em Filosofia pela Universidade de Mogi das Cruzes. É
mestre em Teologia pelo Christian Theological Seminary, EUA, em
Filosofia pela Drew University, EUA, e doutorando em Teologia
Sistemática nessa mesma instituição. É docente da Universidade Metodista
de São Paulo.

Leia a entrevista na íntegra:

<blockquote>IHU On-Line – Em sua avaliação, qual foi
a novidade do censo 2010 em relação às religiões no país? Pode-se dizer
que o cadastramento trouxe algum dado novo, ou apenas reiterou o que já
era esperado?

Paulo Ayres Mattos – Dados novos apareceram, mas sem
surpreender aos estudiosos do campo religioso brasileiro, pois
pesquisas parciais anteriores na segunda metade da década já indicavam o
surgimento de uma realidade que foi confirmada de forma mais rigorosa
pelo censo. A queda da membresia católica era esperada; o aumento dos
evangélicos em menor proporção; a diminuição da Igreja Universal do
Reino de Deus – IURD em virtude do crescimento da dissenção da Igreja
Mundial do Poder de Deus; o aparecimento mais visível dos evangélicos
sem igreja; o aumento das pessoas sem religião; etc.

Em meu entender, o fato mais importante do último censo é a
confirmação de um dado já identificado anteriormente, trabalhado com
bastante competência por sociólogos da religião como Paul Freston, da
Universidade de São Carlos, que diz respeito à diminuição do ímpeto do
crescimento dos evangélicos na última década quando comparado com o
crescimento da década anterior. De 1991-2000 os evangélicos em geral
cresceram cerca de 120%; na década de 2001 a 2010 os evangélicos
cresceram aproximadamente 62%. Isso não pode ser ignorado de forma
alguma para quem trabalha com rigor e seriedade as mutações no campo
religioso brasileiro.

IHU On-Line – A que atribui essa diminuição do crescimento entre os evangélicos na última década?

Paulo Ayres Mattos – Em parte, por razões de ordem
exógena já que a sociedade brasileira passou por transformações sociais
que possibilitam às pessoas resolverem seus problemas mediante meios
mais racionais sem buscar o recurso de soluções milagrosas. As pessoas
apelam para o sobrenatural quando não encontram soluções para seus
problemas no aqui e agora. A ênfase na maioria das igrejas pentecostais
desde um tempo para cá passou a ser no oferecimento de cura divina, já
que a assistência à saúde continua sendo um pesadelo para a maioria dos
brasileiros, inclusive para a classe-média (comparem a ênfase em cura
divina particularmente dos programas da TV aberta da IURD, da
Internacional, da Mundial, da Renascer).

Por outro lado, a reação católica ao pentecostalismo com o
fortalecimento da renovação carismática católica, com forte uso da
música e de cantores/cantoras gospel do próprio meio católico, como
explico abaixo, têm oferecido uma alternativa viável ao pentecostalismo,
particularmente a setores de classe média, estancando a sangria nas
fileiras católicas. Creio que o aparecimento do fenômeno dos
“evangélicos sem igreja” começa a afetar a adesão de muitas pessoas ao
pentecostalismo institucionalizado. Está para ser provado se os
escândalos envolvendo grandes e pequenos líderes pentecostais acabaram
por influenciar na diminuição do crescimento dos evangélicos na última
década. Finalmente, a história dos movimentos religiosos no mundo
ocidental mostra que os novos movimentos surgem, crescem, se estabilizam
e, finalmente, experimentam sua estagnação. Compartilho da intuição de
Paul Freston segundo a qual, no médio prazo, o crescimento evangélico
vai atingir seu “plateau”, estabilizando-se por volta de 35% da
população brasileira.

IHU On-Line – Muitos sociólogos da religião
comentaram o aumento do número de pessoas que se dizem sem religião.
Para o senhor, o que este dado sinaliza em relação ao futuro das
religiões no Brasil?

Paulo Ayres Mattos – Creio que, com os processos de
maior transparência na sociedade brasileira, as pessoas se sentem menos
desconfortáveis ao assumirem publicamente sua não adesão a qualquer
forma de filiação a instituições religiosas, o que não significa que
elas são arreligiosas ou que tenham aderido a alguma forma de ateísmo. O
que me parece estar ficando mais claro na sociedade brasileira é o
desencantamento de muitas pessoas com as religiões institucionalizadas.

IHU On-Line – Entre as igrejas pentecostais, os
dados do censo demonstram que a Assembleia de Deus cresceu, enquanto que
a Igreja Universal perdeu 10% do número de fiéis. Como interpretar
esses dados?

Paulo Ayres Mattos – Em primeiro lugar, as
Assembleias de Deus – AADD não são uma denominação, mas uma marca de
fantasia, pois não há uma Assembleia de Deus, no Brasil, e sim muitas
denominações que usam esse nome como se fosse de domínio público. Como é
público e notório, há uma guerra civil entre as diversas convenções das
distintas Assembleias e entre os seus distintos ministérios. Considerar
as Assembleias de Deus como um bloco monolítico é um grande equívoco a
meu ver. Creio que seria oportuno começar-se a distinguir de forma mais
rigorosa as diversas denominações que existem no Brasil para
verificar-se quais que estão crescendo e quais as que não estão
crescendo. Entretanto, creio que as Assembleias de Deus têm crescido
porque têm sabido se ajustar às transformações modernizantes no campo
religioso brasileiro que levaram certos grupos religiosos a assumirem o
perfil de igreja-empresa, relativizando e até mesmo abandonando certos
dogmas que no passado acabavam por inibir a adesão de setores mais
ligados à ideologia de classe média.

Quanto à IURD, podemos dizer que ela igreja perdeu membros não porque
foi menos efetiva na década passada do que nas anteriores, mas porque –
em meu entender – resolveu identificar-se mais de perto com o emergente
segmento social mais identificado com a mentalidade do
empreendedorismo, opção que acabou criando espaço para o fortalecimento e
consolidação da Igreja Mundial do Poder de Deus, a qual está atingindo
de forma mais direta o lumpen da sociedade brasileira que não tem sido
atingido, pela ascensão de setores populares, a baixa classe média
brasileira durante a década passada.

IHU On-Line – Como analisa os dados do censo diante da queda das religiões tradicionais como o catolicismo?

Paulo Ayres Mattos – No último censo não me chama
tanto atenção a queda das religiões tradicionais conforme tem sido
realçado na mídia e em certos círculos religiosos e acadêmicos. O que
mais tem chamado a atenção é a diminuição pela metade do ímpeto do
crescimento institucional dos evangélicos e o aumento dos evangélicos
sem igreja e dos brasileiros sem religião. O fato de que o campo
religioso brasileiro foi profundamente afetado pela comoditização dos
bens religiosos fez com que houvesse maior oferta de alternativas
religiosas às religiões tradicionais. As novas religiões agregaram ao
mercado dos bens oportunidades para novas escolhas que respondam de modo
mais eficaz às necessidades e aos desejos das pessoas dentro uma
sociedade crescentemente baseada no consumismo.

As religiões tradicionais como o catolicismo tradicional e as igrejas
evangélicas tradicionais não têm sabido responder a esta nova
configuração da sociedade brasileira, abrindo espaço para o
pentecostalismo e a renovação carismática católica. Como disse acima, o
crescimento dos evangélicos ligados ao pentecostalismo diminui
sensivelmente na última década. Creio que umas das razões, ainda por se
comprovar, é o crescimento da renovação carismática católica – a tática
de combater-se fogo com fogo. Ao que tudo indica, a pentecostalização da
Igreja Católica cria condições para o catolicismo, no médio prazo,
estancar a sangria de sua membresia. Ser pentecostal, falando línguas
estranhas e fazendo milagres, além de poder continuar com a Virgem Maria
e os santos venerados mais o papa, sem quebrar a liturgia e a ordem do
catolicismo, é muito atraente para o sincretismo histórico do campo
religioso brasileiro. O problema está em que este tipo de
pentecostalização generalizada do cristianismo dominante (católicos mais
evangélicos), conforme já sinalizado pelo falecido Pierucci, traz
consigo a ameaça da exacerbação da intolerância contra as religiões
brasileiras de matriz africana.

IHU On-Line – Qual é o perfil dos pentecostais?
Segundo os dados do censo, 64% deles avançam nos segmentos mais
vulneráveis da população, especialmente nas periferias. O que atrai essa
população para o pentecostalismo?

Paulo Ayres Mattos – É verdade que o pentecostalismo
continua atraindo os setores mais vulneráveis da sociedade brasileira,
particularmente nos grandes centros urbanos do país. Entretanto, é
preciso prestar atenção para o fato de que setores consideráveis de
distintos segmentos da classe média – e até mesmo de alguns setores da
classe média alta – têm sido atraídos pelo pentecostalismo. Em meu
entender, estes diferentes setores estão sendo atraídos e continuarão a
ser atraídos enquanto houver necessidades que não estão sendo atendidas
pelos meios que possibilitem consideravelmente escolhas mais racionais
(“rational choice theories”). Educação, saúde, segurança e emprego
continuam sendo problemas afetando a população em geral que não têm sido
suficientemente equacionados pelo poder público. Tais problemas impedem
que uma sociedade menos injusta possibilite a todos o acesso a tais
oportunidades, restando apelar-se para soluções mágicas que são
oferecidas pelo pentecostalismo mais ligado à sociedade de consumo que
vem sendo construída no Brasil desde 1994.

IHU On-Line – Que transformações o pentecostalismo está promovendo no cenário religioso brasileiro?

Paulo Ayres Mattos – Creio que a formação de uma
ideologia que diz que a sociedade de consumo é boa e que tem lugar para
todos – o mundo como ele é não é um lugar maldito, mas está cheio de
bênçãos que devem ser possuídas aqui e agora, no aquém e não além depois
da morte. Se os processos sociais racionais não facilitam o acesso às
benesses da sociedade de consumo, há sempre a possibilidade da
intervenção do sobrenatural nos problemas de nosso cotidiano. O “show da
fé” é a porta para a prosperidade aqui e agora.

Essa ideologia vai na contramão do pentecostalismo clássico, que
afirmava que este mundo está posto no Maligno e que, portanto, ele é mau
e a esperança está na volta de Cristo, ocasião em que os crentes seriam
arrebatados para o céu longe deste mundo perverso e pecaminoso – a
religião, mais do que o ópio do povo, o coração de um mundo sem coração;
o espírito de um mundo sem espírito.

O pentecostalismo contemporâneo tem modificado de forma radical sua
escatologia. Isso tem sido – no meu entender – possível porque, em
muitos aspectos, o pentecostalismo tem, quase sempre de forma
inconsciente, assumido a maneira de ser religiosa brasileira
característica das matrizes religiosas que contribuíram para a formação
religiosa do nosso povo, com forte dose de sincretismo, com soluções
miraculosas para as necessidades do cotidiano aqui e agora, tese já
apontada pelos trabalhos de estudiosos como Sanchis, Droogers e
Bittencourt. O sincretismo com as religiões populares brasileiras, hoje,
está presente nas práticas de várias igrejas pentecostais sem qualquer
reserva, diferentemente dos evangélicos tradicionais. Isso tem
possibilitado também que muitas das bandeiras do conservadorismo
tradicional dos católicos brasileiros sejam assumidas sem qualquer
reserva pelos pentecostais, como bem manifesta a atuação dos políticos
evangélicos ligados às igrejas pentecostais ao lado dos políticos
católicos mais conservadores nas duas casas do Congresso Nacional.

Interessante é observar os posicionamentos progressistas da
ex-ministra Marina da Silva, membro de uma denominação pentecostal e
ex-católica ligada às comunidades eclesiais de base. Seus
posicionamentos estão em favor de bandeiras do movimento ambientalista
brasileiro e internacional. Também há posicionamentos conservadores em
temas como direitos reprodutivos e direitos civis iguais para as pessoas
homoafetivas, assim como o apoio contraditório que recebeu de
lideranças ambientalistas e pentecostais – como foi o caso da pastora
Valnice Milhomens.

IHU On-Line – Diante dessa análise do caso da Marina
Silva, diria que a tendência é as pessoas aderirem a características de
várias religiões e, a partir delas, terem uma conduta religiosa
pessoal?

Paulo Ayres Mattos – Creio que sim; este fenômeno é
possível porque a religião também sofreu um processo de privatização. As
pessoas, hoje, têm mais liberdade para escolher e combinar diversas
opções em seu próprio cardápio religioso como num balcão de comida a
quilo.

IHU On-Line – Cem anos depois do ingresso do
pentecostalismo no Brasil, que avaliação faz da religião no país? Que
fatores explicam o sucesso do pentecostalismo entre os brasileiros e o
fato de o Brasil ser o maior país pentecostal do mundo?

Paulo Ayres Mattos – Seguindo as pistas colocadas
por Pierucci, o Brasil é um país de baixa diversidade religiosa, sendo
sua maioria de pessoas cristãs. Entretanto, desde a independência do
país, mas de forma mais contundente nas últimas décadas, foi
gradualmente quebrando o monopólio do catolicismo. Hoje, quase 90% dos
brasileiros continuam cristãos, mas o catolicismo não é mais hegemônico
e, gradualmente, passou a compartilhar parte considerável de nossa
população com evangélicos, principalmente com os pentecostais de todos
os tipos. No passado, os pentecostais cresceram porque souberam ocupar
os espaços religiosos vazios nas periferias brasileiras, já que tanto a
Igreja Católica como as igrejas evangélicas se localizavam ou na praça
central de nossas cidades, a praça da matriz, ou nas áreas ocupadas por
setores de classe média.

Os pentecostais ocuparam as periferias onde a Umbanda era a única
contrapartida religiosa presente. O enfrentamento entre duas
manifestações religiosas que creem piamente que o natural é controlado
pelo sobrenatural. Na medida em que o projeto modernizante das
comunidades eclesiais de base do catolicismo popular ligado à teologia
da libertação perdeu sua viabilidade dentro do próprio catolicismo por
pressão do Vaticano, a única alternativa religiosa plausível para as
periferias tem sido o pentecostalismo. Em médio prazo, o pentecostalismo
mostrou-se mais apropriado do que a Umbanda para atender às demandas de
uma sociedade de consumo e daí seu vertiginoso crescimento nas últimas
três décadas. Entretanto, na última década o pentecostalismo, como
disse, tem avançado também entre a população de classe média e até mesmo
em setores mais ricos do país.

Creio que, no médio prazo, teremos uma população de cerca de 70 a 75%
de cristãos (católicos e evangélicos) e de cerca de 25% a 30% de outras
religiões e de gente sem religião.

IHU On-Line – Em entrevista à IHU On-Line, o
historiador Alderi de Matos disse que uma crítica que se faz ao
pentecostalismo diz respeito ao fato de ele ter tido um crescimento tão
grande na sociedade brasileira, mas, por outro lado, um impacto social
muito pequeno, restringindo-se à ação individual. Como o senhor vê essa
questão?

Paulo Ayres Mattos – A meu entender, isso foi
verdade até o período da ditadura militar, quando a ideologia “não sou
do mundo, do mundo eu não sou” predominou entre os evangélicos,
inclusive os pentecostais – política era considerada coisa suja e
dominada pelo diabo. Na medida em que a ditadura e a Igreja Católica
entraram em rota de colisão, os militares se aproximaram dos
pentecostais, que tomaram gosto pela política. Hoje, parece-me que os
pentecostais, mais os evangélicos tradicionais conservadores, estão
causando impacto social cada vez maior na sociedade brasileira.
Atualmente é notório o reconhecimento da presença pública dos
evangélicos que acaba por influenciar nas definições de muitos aspectos
da vida nacional, inibindo que avanços mais republicanos ocorram no
país.

IHU On-Line – Em que aspectos da vida social percebe maior influência dos evangélicos?

Paulo Ayres Mattos – Especialmente nos temas que têm
a ver com sexualidade, tais como educação sexual nas escolas públicas,
aborto, direitos reprodutivos e direitos das pessoas homoafetivas;
também têm assumido maior importância na agenda evangélica temas como
criacionismo como alternativa à teoria da evolução (Darwin) e o direito à
morte assistida. São esses temas que pautam, por exemplo, a ação da
bancada evangélica no Congresso Nacional e que determinam o apoio ou não
aos projetos que interessam à base do governo Dilma. Por outro lado,
não se vê o mesmo empenho na luta contra a corrupção e em favor da
defesa do meio ambiente.

IHU On-Line – Como o pentecostalismo repercute nos
demais países da América Latina? Depois do Brasil, em que países o
pentecostalismo é aceito?

Paulo Ayres Mattos – O pentecostalismo está varrendo
toda América Latina, sendo muito forte em países como o Chile. Em
outros como a Guatemala ele já chega a disputar a hegemonia com a Igreja
Católica. E até em Cuba desfruta de força. O sociólogo inglês David
Martin tem desenvolvido pesquisas que mostram que em muitos lugares da
América Latina o pentecostalismo está reproduzindo o papel modernizante
que o metodismo desempenhou nas mudanças sociais na Inglaterra durante a
Revolução Industrial do século XIX.

IHU On-Line – Quais as diferenças e semelhanças do pentecostalismo praticado no Brasil e nos demais países da América Latina?

Paulo Ayres Mattos – Na maioria dos países, e não
conheço mais de perto a situação do pentecostalismo em diversos deles, o
pentecostalismo praticado não difere muito do brasileiro. Se aqui entre
os pentecostais domina o que tem sido chamado de ethos
sueco-nordestino, muito próximo do coronelismo nordestino, nos demais
países latino-americanos o ethos é bem próximo do caudilhismo hispano.

A grande diferença é o Chile, onde o pentecostalismo é em sua maioria
de origem metodista, enquanto o pentecostalismo brasileiro em sua quase
total maioria é de origem batista com a grande exceção da Congregação
Cristã no Brasil, que é de origem calvinista. Entretanto, a diferença é
somente na teologia que professa, pois a experiência pentecostal como
tal é a mesma.
</blockquote>
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