NAS PEGADAS DO MESTRE JESUS


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evangelho apócrifo ???....conhecendo a moeda falsa postagem neste sentido

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Mensagem por Lourival soldado cristão 10th setembro 2012, 6:58 pm

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ter, 22 de março, 2005


Vou começar a semana de Páscoa trazendo até vocês um Jesus diferente
dAquele a que estão acostumados. Durante esses dias trarei os ditos de
Jesus de uma outra fonte, escondida do público leigo por ser por demais
polêmica e mal compreendida.


O evangelho apócrifo
de Tomé foi encontrado em dezembro de 1945, por alguns felás (beduínos
egípcios) que deslocavam-se com seus camelos por perto de um rochedo
chamado Jabal al-Tarif, que margeia o rio Nilo, no Alto Egito, não muito
longe da moderna cidade de Nag Hammadi. Dentro de um jarro selado
encontraram 13 papiros encadernados em couro, escritos em copta.
Decepcionante, pra quem esperava encontrar algo "valioso", como ouro.
Parte dos documentos foram usados pra acender fogo, parte foi vendida e
veio parar no museu copta do Cairo. Ficaram esquecidos por onze anos,
até que resolveram estudá-lo e descobriram que, entre os papiros, havia
um que começava assim: Estas são as palavras secretas de Jesus, o vivo, que foram escritas por Didymos Tau'ma. Tau'ma é Tomé, ou Tomás, que significa gêmeo em aramaico, e Didymos significa gêmeo, em grego... sim, não é um nome, e sim uma condição (em duas línguas, pra não haver dúvida), o que levou pesquisadores a afirmarem que ele seria o irmão gêmeo de Jesus.


A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos
outros se fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não
entendam.

(Lucas 8:10)

Ao contrário dos outros evangelhos conhecidos, quer sejam canônicos
ou apócrifos, o Evangelho de Tomé não expõe em nada narrativas sobre a
vida de Jesus de Nazaré, mas atém-se especificamente às sentenças que teriam sido proferidas por Jesus a seus discípulos. Sentenças duras, de caráter puramente espiritual, que aprofundam os mistérios parcialmente revelados nas parábolas que ele contava ao povo.

Um exemplo é que, em Mateus 5, no Monte das Oliveiras, Jesus ensina
às multidões como se deve orar, jejuar, como agir em certas
circunstâncias... mas no Evangelho de Tomé, quando seus discípulos o
questionam "Queres que jejuemos? Como devemos orar? Devemos dar esmolas? Que alimentos devemos comer?" Jesus simplesmente diz: "Não
mintais a vós mesmos, e não façais aquilo que detestais, pois todas as
coisas são desveladas aos olhos do céu. Pois não há nada escondido que
não se torne manifesto, e nada oculto que não seja desvelado"
.
Caramba! Que ensinamento fascinante! Altamente budista! É como se ele
dissesse "sejam vocês mesmos! Vocês estão num nível de compreensão em
que sabem que rumo devem dar às suas vidas. Eu sou o caminho, o exemplo.
Mas não tentem ser eu sem antes serem vocês mesmos." E mais na frente,
numa prova de que a metodologia crística/budista de ensino é
aparentemente contraditória, ele diz: "Se jejuardes, gerareis pecado
para vós; se orardes, sereis condenados; se derdes esmolas, fareis mal a
vossos espíritos. Quando entrardes em qualquer país e caminhardes por
qualquer lugar, se fordes recebidos, comei o que vos for oferecido e
curai os enfermos entre eles. Pois o que entrar em vossa boca não vos
maculará, mas o que sair de vossa boca - é isso que vos maculará"
. A
contradição é apenas aparente, como Buda diz: "As pessoas possuem
naturezas, desejos, comportamentos, pensamentos e julgamentos
diferentes. Por essa razão emprego diferentes ensinos, várias parábolas e
histórias sobre relações causais para possibilitá-las a criarem boas
causas. Esta prática, própria de um Buda, eu a tenho realizado
ininterruptamente, sem nunca negligenciá-la por um momento sequer." Sim,
os apóstolos deveriam ser o mais discreto possível, para que não
sobressaísse nenhum traço do ego, ou de religião,
mas sim serem identificados unicamente pelo conteúdo do espírito. Não
deixa de ser um recado pra quem ainda acha que Jesus fundou uma
religião...


Obviamente o conteúdo deste evangelho põe em xeque alguns
posicionamentos dogmáticos da Igreja, e por isso é malvisto até hoje.
Santo Irineu e Hipólito de Roma o atacaram. O Evangelho de São Tomé já
foi anunciado pelos Padres da igreja como falso, e cheio de heresias
(palavra que em grego significa simplesmente opinião), mas não se
pode negar suas origens e dizer que é uma deturpação das palavras de
Cristo, pois é provado que a cópia copta deste evangelho se baseia em um
texto ainda mais antigo,
provavelmente escrito em grego e/ou aramaico, a língua falada por
Cristo. Além disso, os textos canônicos, que estão no Novo testamento,
não são mais do que interpretações
sobre os dizeres do Cristo feitos por discípulos, sendo o primeiro
evangelho sinótico, o de Marcos, sido escrito provavelmente por volta do
ano 60, ainda que baseado - segundo experts - em um texto anterior,
chamado de quelle - fonte, em alemão, e que muitos pensam estar contido em grande parte no Evangelho de Tomé.


Neles pode-se pegar muito da essência Hindu que Jesus muito provavelmente aprendeu em sua preparação (os anos ocultos):


Jesus viu crianças de peito a mamarem. E ele disse a seus
discípulos: Essas crianças de peito se parecem com aqueles que entram no
Reino. Perguntaram-lhe eles: Se formos pequenos, entraremos no Reino?
Respondeu-lhes Jesus: Se reduzirdes dois a um, se fizerdes o interior
como o exterior, e o exterior como o interior, se fizerdes o de cima
como o de baixo, se fizerdes um o masculino e o feminino, de maneira que
o masculino não seja mais masculino e o feminino não seja mais feminino
- então entrareis no Reino.

(Evangelho de Tomé, v. 22)


Esta é uma idéia bastante avançada. Quase incompreensível, se
pegarmos essa frase dentro de um contexto bíblico. Mas, se formos olhar
sob o prisma hindu, encontraremos o sentido. Somente quando atingirmos o
estado Búdico, onde o outro e tudo mais no mundo não é senão uma
extensão de você mesmo, é que poderemos estar preparados para o "Reino".
Uma criança de colo não julga, nem se afirma masculino ou feminino, bom
ou mal, apenas aceita as coisas como são. O Buda vê uma pedra como um
irmão, pois sabe que a essência divina está ali em ascensão para, daqui a
não se sabe quanto tempo, se tornar um humano. Assim é com os animais e
as plantas. É um estado de respeito com tudo e com todos. É amar ao
próximo como a si mesmo. Afinal, você não teria coragem de cortar seu
dedo, teria?


Onde há três deuses, eles são deuses. Onde há dois ou um, estou com ele
(Evangelho de Tomé, v. 30)

Parece uma contradição Jesus falar de Deuses, já que ele pautou sua
doutrina nas escrituras Judaicas (onde só existe um único Deus). Mas a
chave para decifrar este versículo está na composição da trindade.
É sabido que em todo o mundo está espalhada a idéia de ser Deus, nas
mais diversas culturas, uma Trindade (três elementos). Aqui, Jesus
explica que é um dos elementos desta trindade (provavelmente o que a
Igreja Católica chama de Espírito Santo). Sim, pois ele falava pelo espírito (Cristo), e não pelo corpo (Jesus), assim como Krishna falava por Deus, no Baghavad Gita.


Disse Jesus: O Reino do Pai é semelhante a um homem que quis
matar um poderoso. Em sua própria casa ele desembainhou a espada e
enfiou-a na parede para saber se sua mão era forte o suficiente para
realizar a tarefa. Depois foi matar o poderoso

(Evangelho de Tomé, v. 98)

Estranho. Chocante. Mas compreendam a mensagem: O que o homem fez?
Ele testou-se primeiro em casa pra saber se teria condições para a
empreitada. Assim é com todo aquele que quer fazer parte do Reino:
Precisa provar aqui (em casa) que está apto a entrar. Apto a matar o
poderoso (o nosso ego, as nossas paixões inferiores, tudo o que nos
domina).


Mais alguns trechos do Evangelho de Tomé, explicados magnificamente por Huberto Rohden, em seu livro O quinto Evangelho:


Disse Jesus a seus discípulos: Comparai-me e dizei-me com quem me pareço eu.
Respondeu Simão Pedro: Tu és semelhante a um anjo justo.
Disse Mateus: Tu és semelhante a um homem sábio e compreensivo.
Respondeu Tomé: Mestre, minha boca é incapaz de dizer a quem tu és semelhante.
Replicou-lhe Jesus: Eu não sou teu Mestre, porque tu bebeste da Fonte borbulhante que te ofereci e nela te inebriaste.



Rohden: Pedro e Mateus falam da personalidade humana de Jesus
de Nazaré, que um compara com um anjo justo, o outro com um homem sábio.
Estes dois apóstolos vêem em Jesus um homem altamente evolvido, muito
mais avançado do que outro ser humano aqui na terra; mas nenhum deles
visualizou a entidade cósmica dentro da personalidade humana, exatamente
como numerosos espiritualistas de nossos dias. Mas, segundo o Evangelho
e segundo as próprias palavras de Jesus, o Cristo não é uma
personalidade humana, e sim a primeira e mais alta emanação individual
da Divindade Universal.
No texto acima citado, Tomé não ousa responder à pergunta de Jesus;
prefere calar-se a falar, porque qualquer comparação que ele fizesse
seria absurda; pois seria sempre uma comparação entre uma creatura
humana e outra creatura humana. Mas, já nesse tempo Tomé vislumbrava
algo para além da personalidade de Jesus de Nazaré; adivinhava o Cristo
divino invisível para além do invólucro humano visível. E por isto se
calou. E Jesus lhe fez ver que ele, o Jesus humano, não era Mestre de
Tomé, desde que Tomé havia bebido e se inebriado da borbulhante Fonte da
revelação que o Cristo lhe havia oferecido. Quem vislumbra a Realidade
espiritual não pode falar, porque entrou na zona dos "ditos indizíveis".
A ciência analítica, a erudição humana, fala - mas a sapiência intuitiva, a visão espiritual, se cala, porque sabe...
Um dia, como referem os Evangelhos, Tomé quis "ver para crer"; mais
tarde, porém, como prova o texto acima, ele preferiu "crer para ver" -
ou melhor: ter fé, fidelização, sintonia, para ver o Cristo divino no
Jesus humano. E quem vê sabe, e quem sabe não fala - cala-se, porque vê e
sabe. Os outros falam porque não sabem nem vêem; Tomé prefere calar-se
porque bebeu da taça da suprema sabedoria.



Então levou Jesus Tomé à parte e afastou-se com ele; e falou com ele
três palavras. E, quando Tomé voltou a ter com seus companheiros, estes
lhe perguntaram: Que foi que Jesus te disse? Tomé lhes respondeu: Se eu
vos dissesse uma só das palavras que ele me disse, vós havíeis de
apedrejar-me - e das pedras romperia fogo para vos incendiar.



Rohden: Quais seriam essas três palavras que Jesus disse a
Tomé? Palavras tão inauditas e tão revoltantes que levariam os outros
discípulos a apedrejar o companheiro como culpado de blasfêmia? Pensam
alguns intérpretes que teriam sido as palavras "Eu sou tu", ou "Tu és
eu". Em sânscrito, os iniciados, quando remontam a mais alta sapiência e
vislumbram a essencial identidade entre Atman e Brahman, dizem "Tat twam asi" (Isto és tu).
Será que Tomé, depois de beber do cálice da sapiência crística, ouviu
do Mestre esta sabedoria suprema? Ele diz que das próprias pedras que
seus companheiros lhe atirariam sairia fogo para os incendiar. Deviam,
pois, ser palavras de fogo aquilo que o Mestre lhe disse e que ele não
pôde dizer a seus companheiros. E como, pouco antes, Tomé havia citado
as palavras do Cristo que ele lançara à terra, é possível que esse fogo
crístico tenha a tal ponto deflagrado em Tomé que ele se tornasse um
verdadeiro Cristóforo ou porta-Crísto. Mas os outros não compreendiam
essa identidade do Cristo no homem e do Cristo em Jesus.
Tudo isto deve ter ocorrido entre a ressurreição e a ascensão nos
quarenta dias que o ressuscitado dava instruções a seus discípulos.
Parece que, depois do Pentecostes, Tomé, que fora sempre meio
separatista, se separou definitivamente dos colegas palestinenses e se
dirigiu ao Egito, onde foram, em 1945, encontrados os preciosos
fragmentos que reproduzem parte do seu Evangelho. Nos primeiros séculos
do cristianismo, nos desertos áridos da Tebaida, no Egito, viviam
centenas de eremitas, solitários yoguis cristãos, em perpétua meditação.
Possivelmente, Tomé, após a grande revelação das três palavras
indizíveis sobre o Cristo, se isolou nessa inóspita solidão. Se ele não
podia revelar a Pedro e Mateus as três palavras inefáveis, como as
poderia revelar a outros homens mais profanos do que eles? E cada um de
nós tem de descobrir dentro de si mesmo esse sacro trigrama.



Segundo a tradição cristã posterior, Tomé estendeu seu apostolado à
Índia, onde é reconhecido como fundador da Igreja dos Cristãos Sírios
Malabares, ou Igreja dos Cristãos de São Tomé. Consta que foi
martirizado e morto no ano 53 da era cristã, pelo rei de Milapura, na
cidade indiana de Madras, onde ficam o monte São Tomé e a catedral de
mesmo nome, supostamente local de seu sepultamento. É festejado pelos
católicos no dia 21 de dezembro.


O Evangelho de Tomé Online
(numa tradução feita pelo professor e filósofo Huberto Rohden, baseada
na versão francesa de Phillipe de Suarez, feita diretamente dos
manuscritos em língua copta).


Um Jesus diferente (Pesquisador diz o que foi escondido dos fiéis em séculos de preconceito e medo na Igreja)http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2005/03/o_evangelho_de.html
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evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  Empty Re: evangelho apócrifo ???....conhecendo a moeda falsa postagem neste sentido

Mensagem por Lourival soldado cristão 10th setembro 2012, 7:01 pm

Quem é Maria Madalena ?

evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  Mariamadalena_4

Quem é Maria Madalena? A ligação errônea das passagens evangélicas
que falam dela levou à identificá-la com a pecadora (prostituta?)
que ungiu os pés de Jesus (Lc 7,36-50). E esse erro virou verdade de
fé. O inconsciente coletivo guardou na memória a figura de Maria
Madalena como mito de pecadora redimida. Fato considerado normal nas
sociedades patriarcais antigas. A mulher era identificada com o sexo
e ocasião de pecado por excelência.

Daí não ser nenhuma novidade a pecadora de Lucas ser prostituta e a
prostituta ser Maria Madalena. Lc 8,2 cita nominalmente Maria
Madalena e diz que dela “haviam saído sete demônios”. Ter demônios é
o mesmo que ser acometido de uma doença grave, segundo o pensamento
judaico. No cristianismo, o demônio foi associado ao pecado. No caso
da mulher, o pecado era sempre o sexual. Nesse sentido, a confusão
parece lógica.

Mas não o é, se levarmos em consideração o valor da liderança
exercida por Maria Madalena entre os primeiros cristãos, bem como a
predileção de Jesus por ela. Entre os discípulos judeus considerar
Maria Madalena como prostituta significava também subestimar o valor
da mulher enquanto liderança. Os padres da Igreja seguiram essa
linha de pensamento.

A liderança de Maria Madalena
incomodava os apóstolos


Entre os primeiros cristãos havia disputas pela liderança. Havia o
grupo de Pedro, o de Paulo, o de Tiago, e também o de Maria
Madalena. O evangelho de Maria Madalena diz que ela recebe os
ensinamentos do Mestre e os transmite, causando a irritação de
Pedro, que diz: “Será possível que o Mestre tenha conversado assim
com uma mulher?

Devemos mudar nossos hábitos e escutarmos todos essa mulher? Mas
Levi repreende a Pedro dizendo: “Se o Mestre tornou-a digna, quem és
tu para rejeitá-la? Arrependamo-nos!”, o que significa, unamos o
masculino e o feminino dentro de nós e saiamos a anunciar o
Evangelho segundo Maria Madalena. E assim termina o Evangelho de
Maria Madalena.

Há também um tratado gnóstico chamado Pistis Sophia que nos mostra o
quanto a liderança de Maria incomodava aos discípulos. Assim diz o
texto: “Pedro precipitou-se adiante e disse a Jesus: “Meu Senhor,
nós não podemos mais suportar esta mulher, pois nos tira a
oportunidade; ela não deixou falar ninguém de nós, mas sempre ela a
falar. Meu Senhor que as mulheres cessem afinal de perguntar, de
modo que nós possamos também perguntar”.

E Maria Madalena também disse a Jesus: “Por isso, eu tenho medo de
Pedro: ele costuma ameaçar-me e odeia o nosso sexo”. A opinião de
Pedro em relação a Maria Madalena revela o quanto lhe incomodava o
protagonismo de Maria Madalena, mulher, discípula e apóstola de
Cristo.

Maria Madalena era a amada de Jesus e o
beijava freqüentemente


O evangelho de Filipe nos traz uma informação não muito conhecida
entre nós. Ele diz: “A companheira de Cristo é Maria Madalena. O
Senhor amava Maria mais do que todos os discípulos e a beijava
freqüentemente na boca. Os discípulos viram-no amando Maria e lhe
disseram: Por que a amas mais que a todos nós?

O Salvador respondeu dizendo: ‘Como é possível que eu não vos ame
tanto quanto a ela?” (Filipe 63, 34-64,5). E noutra parte diz: “Eram
três que acompanhavam o Senhor: sua mãe Maria, a irmã dela, e
Madalena, que é chamada de sua companheira. Com efeito, era “Maria”
sua irmã, sua mãe e a sua esposa” (Filipe 32).

Com entender o beijo entre Jesus e Maria Madalena? É fácil! Basta
remontarmos à cultura daquela época. O beijo em hebraico significa
comunicar o espírito. Por isso é que dizemos que o beijo é, por
excelência, o sacramento do amor. Maria Madalena recebia os
ensinamentos do mestre.

Eles eram espíritos unidos pelo amor ao Reino de Deus. Podemos
também compreender isso olhando a vida dos grandes místicos.
Francisco e Clara de Assis viveram essa mesma experiência sublime de
amor, na consagração de suas vidas.

Chamar Maria Madalena de mãe, amada e irmã significa dizer a mesma
coisa em três modos diferentes. Eles representam a mulher (feminino)
nos seus três estágios de vida: infância, procriação e menopausa. E
todas essas dimensões, na relação com o homem (Jesus), revelam a
união profunda entre os seres humanos. União sem divisão, sem
dualidade. Por isso, Maria Madalena só poderia ter sido de Jesus
mãe, irmã e esposa.

No evangelho de João encontramos a expressão “discípulo amado”. Esse
evangelho tem parentesco próximo em sua teologia com o evangelho de
Maria Madalena. João quase não entrou na lista dos canônicos. Não
seria o evangelho de João fruto da comunidade de Maria Madalena? O
discípulo amado do evangelho de João não seria Maria Madalena?

Ela, sim, recebe esse título nos apócrifos. E para que o seu
evangelho fosse considerado canônico, o evangelho de Maria Madalena
virou de João e, João, por conseguinte, o discípulo amado. Bom, há
de se considerar também que o discípulo amado nem seja João.

Para Maria Madalena, o “pecado não
existe


O evangelho de Madalena afirma: “não há pecado, somos nós que
fazemos existir o pecado quando agimos conforme os hábitos de nossa
natureza adúltera” (pagina 7, 14-19). O ser humano nasce em estado
de graça, sem pecado. São os condicionamentos da vida que criam
situações de pecado. O pecado então passa a existir.

E vale lembrar que o pecado não é só moral, mas social e
comunitário. Infelizmente a Igreja católica, no decorrer da sua
história, enfocou muito o pecado moral, chegando a criar até listas
de pecados, e muita gente viveu atrelada a essa idéia, sem conseguir
se libertar. A confissão dos pecados fez e faz um bem para todos
nós, mas a idéia que tudo é pecado, não.

A liberdade é já um estado de graça. Nem tudo é pecado, sobretudo no
campo da moral. O evangelho de Maria Madalena nos ensina a buscar a
harmonia interior e sem absolutismos. (texto do Frei Jacir de
Freitas Faria, OFM
)






evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  Mariamadalena_5


O EVANGELHO
DE MARIA MADALENA

Este Evangelho foi escrito provavelmente no século
II. Foi através de um fragmento copta, que ele chegou até nós. O
destaque fica para a estranha parábola que Jesus conta para Maria
Madalena. Esta passagem ocorreu após sua crucificação.


FRAGMENTO DO EVANGELHO SEGUNDO MARIA MADALENA


Salvador disse: "Todas as espécies, todas as
formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem umas das
outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a
essência da matéria somente se separará de novo em sua própria
essência. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça".

Pedro lhe disse: "Já que nos explicaste tudo,
dize-nos isso também: o que é o pecado do mundo?" Jesus disse: "Não
há pecado ; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da mesma
espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai
veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para
conduzi-la a sua origem." Em seguida disse: "Por isso adoeceis e
morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as
coloque-as em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que
se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo
o corpo se desequilibra. Essa é a razão por que vos digo: tende
coragem, e se estiverdes desanimados, procurais força das diferentes
manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça."

Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a todos
dizendo: "A Paz esteja convosco. Recebei minha paz. Tomai cuidado
para ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá',
Pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar,
o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino.
Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não
instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas".Após
dizer tudo isto partiu.

Mas eles estavam profundamente tristes. E falavam:
"Como vamos pregar aos gentios o Evangelho ao Reino do Filho do
Homem? Se eles não o procuraram, vão poupar a nós?" Maria Madalena
se levantou, cumprimentou a todos e disse a seus irmãos: "Não vos
lamentais nem sofrais, nem hesiteis, pois sua graça estará
inteiramente convosco e vos protegerá. Antes, louvemos sua grandeza,
pois Ele nos preparou e nos fez homens". Após Maria ter dito isso,
eles entregaram seus corações a Deus e começaram a conversar sobre
as palavras do Salvador.

Pedro disse a Maria:"Irmã, sabemos que o Salvador te
amava mais do que qualquer outra mulher. Conta-nos as palavras do
Salvador, as de que te lembras, aquelas que só tu sabes e nós nem
ouvimos."

Maria Madalena respondeu dizendo: " Esclarecerei a
vós o que está oculto". E ela começou a falar essas palavras: "Eu",
disse ela, "eu tive uma visão do Senhor e contei a Ele: 'Mestre,
apareceste-me hoje numa visão'. Ele respondeu e me disse: 'Bem
aventurada sejas, por não teres fraquejado ao me ver. Pois, onde
está a mente há um tesouro'. Eu lhe disse: 'Mestre, aquele que tem
uma visão vê com a alma ou como espírito?' Jesus respondeu e disse:
"Não vê nem com a alma nem com o espírito, mas com a consciência,
que está entre ambos - assim é que tem a visão [...]".

E o desejo disse à alma: 'Não te vi descer, mas
agora te vejo subir. Por que falas mentira, já que pertences a mim?'
A alma respondeu e disse:'Eu te vi. Não me viste, nem me
reconheceste. Usaste-me como acessório e não me reconheceste.'
Depois de dizer isso, a alma foi embora, exultante de alegria. "De
novo alcançou a terceira potência , chamada ignorância. A potência,
inquiriu a alma dizendo: 'Onde vais? Estás aprisionada à maldade.
Estás aprisionada, não julgues!' E a alma disse: ' Por que me
julgaste apesar de eu não haver julgado? Eu estava aprisionada; no
entanto, não aprisionei. Não fui reconhecida que o Todo se está
desfazendo, tanto as coisas terrenas quanto as celestiais.' "Quando
a alma venceu a terceira potência, subiu e viu a quarta potência,
que assumiu sete formas. A primeira forma, trevas,; a segunda ,
desejo; a terceira, ignorância,; a quarta, é a comoção da morte; a
quinta, é o reino da carne; a sexta, é a vã sabedoria da carne; a
sétima, a sabedoria irada. Essas são as sete potências da ira. Elas
perguntaram à alma: ´De onde vens, devoradoras de homens, ou onde
vais, conquistadora do espaço?' A alma respondeu dizendo: ' O que me
subjugava foi eliminado e o que me fazia voltar foi derrotado..., e
meu desejo foi consumido e a ignorância morreu. Num mundo fui
libertada de outro mundo; num tipo fui libertada de um tipo
celestial e também dos grilhões do esquecimento, que são
transitórios. Daqui em diante, alcançarei em silêncio o final do
tempo propício, do reino eterno'." Depois de ter dito isso, Maria
Madalena se calou, pois até aqui o Salvador lhe tinha falado.

Mas André respondeu e disse aos irmãos:"Dizei o que
tendes para dizer sobre o que ela falou. Eu, de minha parte, não
acredito que o Salvador tenha dito isso. Pois esses ensinamentos
carregam idéias estranhas". Pedro respondeu e falou sobre as mesmas
coisas. Ele os inquiriu sobre o Salvador:"Será que ele realmente
conversou em particular com uma mulher e não abertamente conosco?
Devemos mudar de opinião e ouvirmos ela? Ele a preferiu a nós?"
Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro: "Pedro, meu irmão,
o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no mau coração ou
que estou mentindo sobre o Salvador?" Levi respondeu a Pedro:
"Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma
mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és
tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter
amado mais do que a nós. É antes, o caso de nos envergonharmos e
assumirmos o homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou,
e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das
que o Salvador nos legou."

Depois que Levi disse essas palavras, eles começaram
a sair para anunciar e pregar.


http://www.anjodeluz.com.br/maria_madalena.htm
Lourival soldado cristão
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evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  Empty Re: evangelho apócrifo ???....conhecendo a moeda falsa postagem neste sentido

Mensagem por Lourival soldado cristão 10th setembro 2012, 7:05 pm

Apócrifos - PROTO-EVANGELHO DE TIAGO evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  Pdf_button evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  PrintButton evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  EmailButton










Este escrito também foi chamado de ¨Natividade de Maria¨. Não se sabe
quem foi o seu autor, certamente não foi São Tiago, embora use o seu nome. É
provavelmente um escrito do primeiro século, e gozou de grande estima entre os
primeiros cristãos, como S. Clemente de Alexandria, São Justino, Orígenes,
etc. Muito influenciou na Liturgia e na Mariologia da Igreja.
Começa com o nascimento de Maria Santíssima, sua consagração no
Templo, o casamento com José, a concepção de Jesus, a visita dos Reis Magos e a
perseguição e matança das crianças inocentes. Fala dos nomes dos pais de Maria:
Joaquim (I,1) e Ana (II,1), que era
estéril); fala da consagração de
Maria no Templo aos 3 anos de idade (VII,2) e lá fica até completar os 12 anos
(VIII,2); fala de José escolhido para ser o esposo de Maria (IX,1), embora já
velho, com filhos e viúvo (IX,2); fala da anunciação do Arcanjo Gabriel;(XI);
fala da visita de Maria a sua parente Isabel (XII); fala do parto de Maria numa caverna e uma parteira é
chamada para os serviços de parto (XVIII,1); fala que Maria permanece virgem mesmo após o
parto de Jesus (XIX e XX); fala da visita dos Magos, fala da mantança de Herodes
às crianças.






PROTO EVANGELHO DE
TIAGO





I

1. Conforme as memórias das Doze Tribos de Israel, existia um homem
riquíssimo chamado Joaquim. Suas oferendas eram sempre em dobro e dizia: ¨A
sobra ofereço para todo o povoado e o que devo ofereço ao Senhor, para expiar os
meus pecados e conquistar-Lhe as boas graças¨. 2. Quando chegou a
grande festa do Senhor, onde os filhos de Israel oferecem seus donativos, Rubem
pôs-se diante de Joaquim e disse-lhe: ¨Como não geraste um rebento em Israel,
não te é lícito oferecer donativos¨.


3. Então Joaquim mortificou-se e foi até os arquivos de Israel para
consultar o censo genealógico para confirmar que teria sido o único no povoado
que não tivera descendentes. Examinando os pergaminhos, certificou-se que todos
os justos tiveram descendentes. Lembrou-se, então, que o Senhor dera ao
patriarca Abraão, em seus últimos anos de vida, um filho: Isaac.


4. Joaquim ficou muito triste e não voltou para sua mulher, retirando-se
para o deserto. Lá armou sua tenda e jejuou por 40 dias e 40 noites. Disse a si
próprio: ¨Daqui não sairei, nem para comer ou beber, até que o Senhor meu Deus
me visite. Sirvam as minhas orações por comida e bebida¨.




II

1. Ana, sua mulher, chorava e lamentava em dor: ¨Ficarei chorando a minha
viuvez e a minha esterilidade¨.


2. Quando afinal chegou a grande festa do Senhor, Judite, sua criada,
disse-lhe: ¨Até quando humilharás a alma? Eis que chegou a grande festa e não
podes entristecer-te. Pega este véu com selo real que a dona da tecelagem me deu
pois não posso usá-lo já que sou simples serva.¨


3. Disse-lhe Ana: ¨Afasta-te de mim pois nada fiz. O Senhor me humilhou o
suficiente para que eu possa usá-lo. Acaso algum ímpio to deu para me fazerdes
cúmplice do pecado?¨. Respondeu Judite: ¨Por que iria eu maldizer-te se o
próprio Senhor já te amaldiçoou a não deixardes descendente em Israel?¨


4. Mesmo estando profundamente triste, Ana retirou seus trajes de luto,
pôs o véu e os trajes de bodas. À hora nona, desceu ao jardim e foi passear.
Então, assentou-se sob a sombra de um loureiro e orou ao Senhor: ¨Ó Deus dos
nossos pais: ouvi-me e bendizei-me como fizeste com o ventre de Sara, que
concebeu a Isaac¨.




III

1. E olhando para o céu, observou um ninho de passarinhos existente no
loureiro. Voltou então a lamentar-se, dizendo: ¨Ai de mim! Por que nasci? Em que
hora fui concebida? Vim ao mundo para ser terra maldita entre os filhos de
Israel, pois me injuriam e me expulsam do Templo do Senhor.


2. Ai de mim! A que posso comparar-me? Certamente não posso me comparar
às aves do céu porque elas fecundam na tua presença, ó Senhor. Ai de mim! A que
posso comparar-me? Não posso comparar-me às feras da terra porque esses animais
irracionais reproduzem-se diante dos teus olhos, ó Senhor.


3. Ai de mim! A que posso comparar-me? Certamente não posso me comparar
sequer a estas águas porque também elas são férteis perante ti, Senhor. Ai de
mim! A que posso comparar-me? Não posso ao menos comparar-me à terra porque ela
é fecunda e produz frutos a seu tempo, bendizendo-te, ó Senhor.¨




IV

1. Eis que apareceu-lhe um anjo do Senhor e disse-lhe: ¨Ana, Ana! O
Senhor ouviu as tuas preces. Eis que conceberás e darás à luz. Da tua família se
falará por todo o mundo¨. Ana respondeu: ¨Glória ao Senhor, meu Deus! Se for-me
dado menino ou menina, fruto de Sua bênção, ofertá-lo-ei ao Senhor e a Seu
serviço estará por todos os dias de sua vida¨.


2. Então chegaram dois mensageiros com o seguinte recado para ela:
¨Joaquim, teu marido, voltou com todo o rebanho, pois um anjo veio até ele e
disse-lhe: ´Joaquim, Joaquim! O Senhor ouviu as tuas preces. Ana, tua mulher,
conceberá em seu ventre´¨.


3. Saindo Joaquim, ordenou que seus pastores trouxessem-lhe dez ovelhas
imaculadas. Disse então: ¨Estas são para o Senhor¨. [Mandou trazer-lhe também]
doze novilhas de leite. E disse: ¨Estas são para os sacerdotes e o Sinédrio¨. E
mandou distribuir cem cabritos para todo o povoado.


4. Chegando Joaquim com seus rebanhos, Ana, que estava à porta, o viu;
correu e atirou-se em seu pescoço, dizendo-lhe: ¨Agora percebo que o Senhor me
bendisse abundantemente. Eu era viúva e deixei-se de sê-lo. Era estéril e agora
conceberei em meu ventre¨. Nesse primeiro dia, Joaquim repousou em sua casa.




V

1. Ao ir, no dia seguinte, oferecer seus bens ao Senhor, disse para
consigo mesmo: ¨Se vir o éfode do sacerdote, saberei que Deus me será
favorável¨. Ao oferecer o sacrifício, notou o éfode do sacerdote, quando este
estava próximo ao altar de Deus. Não encontrando qualquer pecado em sua
consciência, disse: ¨Agora vi que o Senhor me perdoou todos os pecados¨. Joaquim
desceu justificado do Templo e voltou para casa.


2. Cumprindo-se o tempo para Ana, concebeu no nono mês. E perguntou à
parteira: ¨A quem dei a luz?¨ Respondeu a parteira: ¨A uma menina¨. Exclamou
Ana: ¨Eis que minha alma foi exaltada!¨. E colocou a menina no berço. Quando
cumpriu-se o tempo definido pela Lei, Ana purificou-se e deu de mamar à menina.
E pôs-lhe o nome de Maria.


VI

1. A menina se fortalecia a cada dia que passava. Quando atingiu os seis
meses, sua mãe a colocou no chão para ver se conseguia ficar de pé. Ela andou
sete passos e voltou para o colo de sua mãe. Pegando-a, disse [Ana]: ¨Glória ao
Senhor! Não andarás mais nesse chão até que eu te apresente ao Templo do
Senhor¨. Fazendo um oratório em casa, não permitia que nada de vulgar ou impuro
se lhe tocassem nas mãos [de Maria]. Convocou também algumas meninas hebréias,
todas virgens, para brincarem com ela.


2. Completando a menina seu primeiro ano, ofereceu Joaquim um grandioso
banquete. Convidou os sacerdotes, os escribas, o Sinédrio e todo o povo de
Israel. Apresentando a menina, os sacerdotes a abençoaram com estas palavras: ¨Ó
Deus de nossos pais: bendiz esta menina e que seu nome seja glorioso e eterno
por todas as gerações¨. O povo todo respondeu: ¨Amém, amém, amém¨. Joaquim
também apresentou a menina aos príncipes e [sumos] sacerdotes que a abençoaram
assim: ¨Ó Deus altíssimo: volta teus olhos para esta menina e conceda-lhe uma
bênção perfeita, não sendo-lhe necessária qualquer outra [bênção] no futuro¨.


3. Sua mãe levou-a para o oratório e deu-lhe de mamar. Entoou então um
hino ao Senhor Deus: ¨Farei um cântico ao Senhor, meu Deus, porque me visitou /
Afastou de mim as injúrias dos inimigos e me deu um fruto santo que é único e
múltiplo a Seus olhos / Quem levará aos filhos de Rubem a notícia de que Ana
amamentou? / Ouvi! Ouvi, ó Doze Tribos de Israel! Ana está amamentando!¨ E
deixando a menina repousar na câmara existente no oratório, saiu e passou a
servir os convidados; terminada a ceia, [os convidados] saíram alegres e
louvando ao Deus de Israel.







VII

1. Os meses foram passando para a menina e quando ela completou dois
anos, Joaquim disse a Ana: ¨Vamos levá-la ao Templo do Senhor para cumprirmos a
promessa que fizemos, para que o Senhor não reclame e nossa oferenda se torne
inaceitável a seus olhos¨. Ana respondeu: ¨Vamos esperar que ela complete três
anos, para que não venha sentir saudade de nós¨. E Joaquim respondeu: ¨Vamos
aguardar¨.


2. Quando completou três anos, Joaquim disse: ¨Chame as meninas hebréias,
virgens, e que, duas a duas, tomem uma lâmpada acesa para que a menina [Maria]
não olhe para trás e seu coração se prenda por algo fora do Templo de Deus¨. E
assim foi feito e subiram ao Templo do Senhor. Então o sacerdote a recebeu, a
beijou e abençoou-a. E disse [à Maria]: ¨O Senhor engrandeceu o teu nome diante
de todas as gerações. No final dos tempos, manifestará em ti Sua redenção aos
filhos de Israel¨.


3. Então fez [Maria] sentar-se no terceiro degrau do altar e o Senhor
derramou Sua graça sobre ela. Ela dançou e cativou toda a casa de Israel.




VIII

1. Então seus pais foram embora cheios de admiração e louvaram ao Senhor
porque a menina não olhou para trás. E Maria passou a ficar no Templo como uma
pequena pomba, recebendo seu sustento das mãos de um anjo.


2. Entretanto, quando completou doze anos, os sacerdotes se reuniram e
disseram: ¨Maria atingiu os doze anos no Templo. O que devemos fazer para que
ela não macule o Santuário?¨ Então disseram ao sumo sacerdote: ¨O altar está a
tua disposição. Entra e ora por ela pois o que o Senhor te revelar, isso será o
que deveremos fazer¨.


3. O sumo sacerdote colocou então o manto com as doze sinetas, adentrou
ao santo dos santos e orou por ela. Mas eis que um anjo do Senhor lhe apareceu e
disse: ¨Zacarias, Zacarias! Sai e chama todos os viúvos do povoado; que cada um
traga um bastão e a quem o Senhor mostrar um sinal, este será o seu esposo¨.
Então os mensageiros percorreram toda a Judéia e se apresentaram ao soar da
trombeta.




IX

1. José separou seu bastão e se reuniu aos demais [viúvos]. Então cada um
pegou seu bastão e foram procurar o sumo sacerdote. Este pegou todos os bastões
e, adentrando ao Templo, pôs-se a orar. Ao concluir as orações, pegou os bastões
e devolveu-os aos seus respectivos donos, mas em nenhum deles manifestou sinal
algum. Contudo, quando José pegou o último bastão, uma pomba saiu dele e pôs-se
a sobrevoar-lhe a cabeça. Então o sacerdote disse: ¨A ti caberá receber sob teu
teto a Virgem do Senhor¨.


2. Mas José respondeu: ¨Tenho filhos e já estou avançado na idade; ela,
porém, ainda é uma menina. Não quero ser zombado pelos filhos de Israel¨. Então
argumentou o sacerdote: ¨Tema ao Senhor, teu Deus, e recorde do que Ele fez com
Datã, Abiron e Coret: a terra se abriu e eles foram enterrados em virtude de sua
rebelião. Tema também tu agora, José, para que o mesmo não aconteça à tua casa¨.


3. Então ele, cheio de temor, recebeu [Maria] sob seu teto. Depois
disse-lhe: ¨Tomei-te do Templo e deixo-te agora na minha casa, mas prosseguirei
as minhas obras. Voltarei em breve, mas o Senhor te protegerá¨.




X

1. Os sacerdotes se reuniram e decidiram fazer um véu para o Templo do
Senhor. O sacerdote disse: ¨Chama as moças imaculadas da Tribo de Davi¨. Os
ministros saíram e após procurarem, encontraram sete virgens. Então o sacerdote
recordou-se de Maria e os mensageiros a buscaram.


2. Depois que foram levadas para dentro do Templo, disse o sacerdote:
¨Vejamos quem bordará o ouro e o amianto, o linho e a seda, o zircão, e o
escarlate e a púrpura real¨. O escarlate e a púrpura real couberam a Maria; esta
as tomou e levou para sua casa. Nessa época, Zacarias ficou mudo e foi
substituído por Samuel até que recuperasse a voz. Maria tomou o escarlate em
mãos e pôs-se a tecê-lo.


XI

1. Um dia, Maria tomou um cântaro para enchê-lo de água. Mas ouviu uma
voz que lhe dizia: ¨Salve, cheia de graça! O Senhor está contigo, bendita és
entre as mulheres¨. Então ela olhou ao seu redor, à direita e à esquerda, para
ver de onde provinha aquela voz. Amedrontada, fugiu para sua casa e abandonou
ali mesmo a ânfora. Pegou a púrpura, sentou-se e voltou a tecê-la.


2. Porém, um anjo de Senhor apareceu à sua frente e disse: ¨Não temas, ó
Maria! Alcançaste graça diante do Senhor Todo-Poderoso e conceberás por Sua
graça¨. Ela, ao ouvi-lo, ficou admirada e disse consigo mesma: ¨Conceberei por
graça do Deus vivo e darei à luz como as demais mulheres?¨


3. Respondeu-lhe o anjo: ¨Não, Maria, pois a graça do Senhor te cobrirá
com Sua sombra e o santo fruto que nascerá de ti será chamado Filho do
Altíssimo. Deverás chamá-lo ´Jesus´ porque Ele salvará seu povo das
iniqüidades.¨ Então Maria disse: ¨Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim
conforme a sua palavra¨.




XII

1. Terminado o trabalho com a púrpura e o escarlate, [Maria] levou-o ao
sacerdote, que a abençoou assim: ¨Maria: o Senhor enalteceu o teu nome! Serás
bendita entre todas as gerações da terra¨.


2. Radiante de alegria, Maria se dirigiu à casa de sua parente, chamada
Isabel, e chamou-a da porta. Ao escutá-la, Isabel deixou o escarlate e correu
para a porta. Abrindo [a porta] e vendo Maria, louvou-a dizendo: ¨Quem sou para
que a mãe do meu Senhor venha até minha casa? O fruto do meu ventre pôs-se a
pular dentro de mim para bendizer-te¨. Como Maria se esquecera das palavras do
anjo Gabriel, elevou os olhos ao céu e disse: ¨Quem sou eu, Senhor, para que
todas as gerações me bendigam?¨


3. E ficou durante três meses na casa de Isabel. Como dia após dia seu
ventre crescia, ficou preocupada e pôs-se à caminho de casa. Ficava escondida
dos filhos de Israel e possuía dezesseis anos quando estas coisas aconteceram.




XIII

1. Quando Maria atingiu o sexto mês de gravidez, José retornou de suas
obras e, ao chegar em casa, percebeu que ela estava grávida. Então bateu em seu
próprio rosto e atirou-se no chão, sobre uma manta, chorando amargamente: ¨Como
me apresentarei ao Senhor? Como orarei por esta menina que recebi virgem do
Templo do Senhor e que não soube vigiar? Acaso o que ocorreu com Adão ocorreu
também comigo? Pois enquanto Adão orava veio a serpente e, vendo Eva sozinha, a
enganou... Teria o mesmo ocorrido comigo?¨


2. Então José se levantou e chamou Maria. Disse-lhe: ¨O que fizeste, tu
que eras a predileta de Deus? Como tiveste coragem de fazer isso? Esqueceste do
teu Deus? Como manchaste a tua alma, tu que foste criada no santo dos santos,
recebendo o sustento das mãos do anjo?¨


3. Ela chorou amargamente e disse: ¨Permaneço pura pois não conheço
varão¨. Respondeu José: ¨Então de onde vem o que carregas em teu seio?¨.
Respondeu Maria: ¨Juro pelo Senhor, meu Deus, que não sei como isto se sucedeu¨.




XIV

1. Então José ficou muito preocupado e deixou Maria, pensando o que
deveria fazer com ela. Disse para si mesmo: ¨Se omito o seu erro, estarei contra
a Lei do Senhor... Se a denuncio ao povo de Israel e o que lhe aconteceu foi
devido à intervenção de anjos, estarei condenando uma inocente à morte. O que
farei? Irei mandá-la embora às escondidas...¨ E logo veio a noite.


2. Mas um anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e disse-lhe: ¨Não se
preocupe com esta menina. O que ela traz em seu ventre é devido ao Espírito
Santo. Ela dará à luz um filho e colocar-lhe-ás o nome de ´Jesus´, porque Ele
salvará seu povo do pecado¨. Levantando-se, José glorificou ao Deus de Israel
por conceder tamanha graça e continuou com Maria.




XV

1. Entretanto, Anás, o escriba, veio até sua casa e lhe disse: ¨Por que
deixaste de comparecer à reunião?¨ Respondeu José: ¨Estava exausto da viagem e
resolvi descansar o primeiro dia¨. Virando-se, Anás percebeu a gravidez de
Maria.


2. Então correu até o sacerdote e disse-lhe: ¨José cometeu falta grave e
tu respondes por ele¨. Perguntou o sumo sacerdote: ¨O que estás dizendo?¨.
Respondeu Anás: ¨Ele violou a virgem que recebeu do Templo de Deus e fraudou seu
casamento, não declarando-o ao povo de Israel¨. Disse o sacerdote: ¨Estás certo
de que realmente José fez isso?¨ Respondeu Anás: ¨Manda a comissão e confirmará
a gravidez da menina¨. Então os enviados saíram e encontraram [Maria] tal como
Anás dissera. E a levaram ao Tribunal, juntamente com José.


3. O sacerdote tomou a palavra e disse: ¨Por que fizeste isso, Maria? Por
que manchaste tua alma, esquecendo do Senhor, teu Deus? Tu, que foste criada no
santo dos santos e recebias o sustento das mãos do anjo, que ouviste os hinos e
dançaste diante de Deus: por que fizeste isso?¨ Ela passou a chorar amargamente
e disse: ¨Juro pelo Senhor, meu Deus, que permaneço pura diante Dele! Não
conheci varão algum!¨


4. Então o sacerdote disse a José: ¨Por que fizeste isso?¨ Respondeu
José: ¨Juro pelo Senhor, meu Deus, que permaneço puro perante ela¨. Esbravejou o
sacerdote: ¨Não jures em falso! Fala a verdade: fraudaste o teu matrimônio, não
declarando-o ao povo de Israel; e não inclinaste tua cabeça sob o braço forte de
Deus, que bendisse a tua descendência¨. E José se calou.


XVI


1. O sacerdote disse [a José]: ¨Devolve a virgem que recebeste do Templo
de Deus¨. Os olhos de José encheram-se de lágrimas. O sacerdote disse ainda:
¨Bebereis da água da prova do Senhor e esta te mostrará aos olhos os teus
pecados¨.




2. E fez José beber a água e o enviou para a montanha. Porém, retornou
são e salvo. Fez o mesmo com Maria, enviando-a também para a montanha. Também
ela retornou sã e salva. Então a cidade toda se admirou, por não encontrar
pecado neles.


3. Disse o sacerdote: ¨Visto que o Senhor não indicou o vosso pecado,
também eu não vos condenarei¨. A seguir, os liberou. José tomou Maria e a levou
de volta para sua casa, alegre e louvando a Deus de Israel.




XVII

1. Chegou, então, uma ordem do imperador Augusto, obrigando que todos os
habitantes de Belém da Judéia participassem do censo. Disse José: ¨Posso
recensear os meus filhos, mas e esta menina? O que informarei no censo? Que é
minha esposa? É vergonhoso. Que é minha filha? Todos os filhos de Israel sabem
que não é. Faça-se a vontade do Senhor, pois este é o seu dia¨.


2. Colocou a sela na jumenta e acomodou Maria sobre ela. Um de seus
filhos ia conduzindo o animal pelo cabresto enquanto José simplesmente os
acompanhava. Ao chegarem a três milhas [de Belém], José notou que Maria estava
triste e disse a si mesmo: ¨Deve ser porque a gravidez a incomoda¨. Olhando
novamente, porém, viu que ela sorria e disse-lhe: ¨Maria: o que está
acontecendo? Às vezes te vejo triste, outras sorridente...¨ Ela respondeu: ¨Dois
povos foram-me apresentados aos olhos: um que chora e se desespera; e outro que
se alegra e rejubila¨.


3. Atingindo a metade do caminho, Maria disse a José: ¨Desça-me porque o
fruto de meu ventre anseia por vir à luz¨. Então [José] ajudou-a a descer da
jumenta e disse-lhe: ¨Para onde te levarei para esconder a tua nudez, uma vez
que nos encontramos em campo aberto?¨




XVIII

1. Descobrindo uma caverna, conduziu-a para dentro e a deixou com seus
filhos enquanto se dirigiu para Belém a fim de buscar uma parteira hebréia.


2. E eu, José, andava mas não avançava; olhei para o espaço e o ar
parece-me assombroso; olhei para o céu e tudo estava parado, inclusive os
pássaros do céu; olhei para a terra e vi um vasilhame no chão e uns
trabalhadores sentados, como se estivessem comendo já que suas mãos estavam
sobre o vasilhame; porém, embora parecessem comer, não mastigavam e quem parecia
pegar a comida, não a retirava do prato e, ainda, os que pareciam levar os
manjares à boca, não o faziam porque olhavam para o alto. Havia também ovelhas
sendo capturadas, mas não fugiam e o pastor levantou seu cajado para bater-lhes,
porém, manteve sua mão no ar. Então olhei para o rio e notei que os cabritos
punham seus focinhos nele mas não bebiam da água. Por certo tempo tudo parou.




XIX

1. Então a mulher que descia a montanha me perguntou: ¨Onde vais?¨
Respondi: ¨Procuro por uma parteira hebréia¨. Ela disse: ¨Sois de Israel?¨
Respondi: ¨Sim¨. Então ela disse: ¨Quem está dando à luz na caverna?¨ Disse-lhe:
¨Minha esposa¨. Ela replicou: ¨Mas não é tua mulher?¨ Respondi-lhe: ¨É Maria:
aquela que foi criada no Templo do Senhor. De fato, foi-me dada por mulher, mas
não o é, e agora concebe por obra do Espírito Santo¨. Disse a parteira: ¨Isso é
verdade?¨ José respondeu: ¨Vinde e vede¨. Então a parteira foi com ele.


2. Chegando à caverna, pararam, pois estava coberta por uma nuvem
luminosa. Disse a parteira: ¨Minha alma foi agraciada pois meus olhos viram
coisas incríveis e a salvação para Israel nasceu!¨ Então a nuvem saiu da caverna
e de dentro brilhou uma forte luz, de forma que nossos olhos não conseguiam
ficar abertos. E [a luz] começou a diminuir e viu-se que o menino mamava no
peito de sua mãe, Maria. E a parteira gritou: ¨Hoje é meu grande dia! Vi com os
meus olhos um novo milagre¨.


3. E, saindo da gruta, veio ao seu encontro Salomé. Disse a parteira:
¨Salomé, Salomé! Preciso contar-lhe uma maravilha jamais vista: uma virgem deu à
luz. Como sabes, isso é impossível para a natureza humana¨. Respondeu-lhe
Salomé: ¨Pelo Senhor, meu Deus, não acreditarei enquanto não puder tocar os meus
dedos em sua natureza para examinar-lhe¨.




XX

1. Então a parteira entrou [na caverna] e disse a Maria: ¨Prepara-te
porque existe uma dúvida sobre ti entre nós¨. E Salomé pôs seu dedo na natureza
[de Maria] e soltou um grande grito: ¨Ai de mim! Minha malícia e incredulidade
são culpadas! Eis que minha mão foi carbonizada e desprendeu-se do meu corpo por
tentar ao Deus vivo!¨


2. E, se ajoelhando diante de Deus, pediu: ¨Ó Deus de nossos pais:
recorda-te de mim, pois sou descendente de Abraão, Isaac e Jacó! Não me tornes
exemplo para os filhos de Israel! Cura-me para que possa continuar a me dedicar
aos pobres, pois bem sabes, Senhor, que curava em teu Nome e recebia diretamente
de Ti o meu salário¨.


3. Então um anjo do céu apareceu-lhe e disse: ¨Salomé, Salomé! Deus te
ouviu! Toque o menino e terás alegria e prazer¨.


4. E Salomé se aproximou e pegou o menino. E disse: ¨Adoro-te porque
nasceste para ser o Grandioso Rei de Israel¨. Sentiu-se, então, curada e pode
sair em paz da caverna. E ouviu-se uma voz que dizia: ¨Salomé, Salomé! Não digas
a ninguém as maravilhas que presenciaste até que o menino vá para Jerusalém¨.




XXI

1. E José partiu para a Judéia. Ocorreu então grande tumulto em Belém
pois chegaram um magos dizendo: ¨Onde está o Rei dos judeus recém-nascido, pois
vimos sua estrela nascer no Oriente e viemos adorá-lo¨.


2. Ouvindo isto, Herodes ficou perturbado e enviou seus mensageiros aos
magos. Convocou os príncipes e os sacerdotes e fez-lhes a pergunta: ¨O que está
escrito sobre o Messias? Onde deverá nascer?¨ Eles responderam: ¨Em Belém da
Judéia, conforme as Escrituras¨. Dispensou-os e perguntou aos magos: ¨Que sinal
vistes indicando o nascimento desse rei?¨ Responderam os magos: ¨Um grande astro
brilhou entre as demais estrelas de forma a ocultar-lhes [a luz]. Soubemos,
então, que em Israel havia nascido um rei e viemos para adorá-lo¨. Disse
Herodes: ¨Ide e buscai-o para que também eu possa adorá-lo¨.


3. Nesse mesmo instante a estrela que haviam visto no Oriente voltou a
brilhar e foram guiados até a caverna; [e a estrela] parou sobre a entrada [da
caverna]. Então os magos se aproximaram do menino e de sua mãe e ofertaram-lhe
presentes: ouro, incenso e mirra.


4. Porém, foram advertidos por um anjo para que não retornassem à Judéia
e voltaram para suas terras por outro caminho.




XXII

1. Quando Herodes percebeu que fora enganado pelos magos, encheu-se de
fúria e mandou que seus soldados assassinassem todos os meninos com menos de
dois anos.


2. Chegando à Maria a notícia da matança das criança, encheu-se de medo
e, envolvendo seu filho em panos, colocou-o numa manjedoura.


3. Quando Isabel ficou sabendo que também procuravam sem filho João,
pegou-o e foi para as montanhas, procurando esconderijo. Como não encontrava
nenhum lugar ideal, em soluços orou em alta voz: ¨Ó Montanha de Deus: recebe em
teu seio uma mãe com seu filho¨.


4. Nesse momento, a montanha se abriu para recebê-los. Uma grande luz os
acompanhou pois um anjo do Senhor foi guardá-los.




XXIII

1. Como Herodes continua perseguindo Josão, mandou seus mensageiros
interrogarem Zacarias: ¨Onde escondeste teu filho?¨ Mas ele respondeu: ¨Cuido do
serviço de Deus e por isso estou sempre no Templo. Não sei onde se encontra meu
filho¨.


2. Os mensageiros informaram o ocorrido a Herodes e ele, furioso, disse
para si mesmo: ¨Provavelmente será seu filho que reinará em Israel¨. E enviou
outro recado [a Zacarias]: ¨Diga-nos a verdade. Onde se encontra o teu filho? Do
contrário, sabes muito bem que o teu sangue está sob as minhas mãos¨.


3. Maz Zacarias respondeu: ¨Então serei mártir do Senhor porque te
atreves a derramar o meu sangue. Mas a minha alma será recolhida pelo Senhor já
que uma vida inocente será ceifada no vestíbulo do santuário¨. E Zacarias foi
assassinado quando veio a aurora, mas os filhos de Israel não perceberam o
crime.




XXIV

1. Quando os sacerdotes se reuniram à hora da saudação notaram que
Zacarias não veio ao encontro deles para abençoá-los, como era de costume.
Ficaram, porém, esperando-o para saudá-lo na oração e para glorificar o
Altíssimo.


2. Como demorava muito, passaram a ficar amedrontados. Um deles, tomando
a iniciativa, entrou e viu sangue já coagulado ao lado do altar. Então ouviu uma
voz que dizia: ¨Zacarias foi morto e seu sangue não deverá ser limpo até que
chegue o vingador¨. Ao ouvir a voz, encheu-se de medo e saiu para contar aos
sacerdotes.


3. Tomando coragem, estes entraram e testemunharam o ocorrido. Então os
fundamentos do Templo rangeram e rasgaram as vestes de alto a baixo. Porém, o
corpo [de Zacarias] não foi encontrado, mas apenas o sangue já coagulado. Cheios
de medo, saíram e contaram a todo povo que Zacarias fora assassinado. E a
notícia se espalhou por todas as tribos de Israel, que choraram e guardaram luto
por três dias e três noites.


4. Terminado o tempo [de luto], os sacerdotes se reuniram para decidir
quem ocuparia o lugar [de Zacarias]. A sorte caiu sobre Simeão, aquele que o
Espírito Santo lhe dissera que não provaria a morte até que visse o Messias
Encarnado.




XXV

1. E eu, Tiago, escrevi esta narrativa quando surgiu um grande tumulto em
Jerusalém em virtude da morte de Herodes. Retiro-me para o deserto até que cesse
o tumulto e glorifico ao Senhor, meu Deus, que me concedeu a graça e a sabedoria
para escrever esta narração.


2. Que a graça esteja com todos os homens que temem a Nosso Senhor Jesus
Cristo, a quem deve ser dada glória por todos os séculos dos séculos. Amém.http://www.universocatolico.com.br/index.php?/apocrifos-proto-evangelho-de-tiago.html
Lourival soldado cristão
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evangelho apócrifo ???....conhecendo  a moeda falsa postagem neste sentido  Empty Re: evangelho apócrifo ???....conhecendo a moeda falsa postagem neste sentido

Mensagem por Lourival soldado cristão 10th setembro 2012, 7:09 pm

<blockquote>“Alguns dizem que Maria concebeu por obra do Espírito
Santo. Esses se equivocam, não sabem o que dizem. Quando alguma vez uma
mulher foi concebida de uma mulher? Maria é a virgem a quem Potência
alguma jamais manchou. Ela é um grande anátema para os judeus que são os
apóstolos e os apostólicos. Esta virgem que nenhuma Potência violou,
[... enquanto que] as Potências se contaminaram. O Senhor não [teria]
dito: ‘Pai meu que estais nos céus’, se não tivesse outro pai; do
contrário haveria dito simplesmente: [Pai Meu].”

Evangelho Apócrifo Segundo Felipe

</blockquote>
É sempre interessantíssimo ler sobre história das religiões, religião
comparada e mitologia. No post de hoje trago o documentário “O
Evangelho Proibido de Judas”, que na minha opinião foi um dos melhores
documentários produzidos pela National Geographic Society dos últimos
anos. Como era de se esperar, o documentário foi recebido com muita
polêmica e discussão, quando do seu lançamento em 2006. Entretanto, a
nova versão do que teria ocorrido entre Jesus e Judas, sendo este último
um herói e não um traidor, não é uma idéia tão maluca e descartável
como muitos gostariam. Particularmente, sempre vi Judas com bom olhos
(não falo de maneira religiosa, apenas de alguém interessado na história
e mitologia dessa religião e de muitas outras). Para mim, ao menos,
Judas foi o único que teve a coragem de fazer o que era necessário ser
feito para que Jesus se tornasse àquele que nasceu para se tornar (de
acordo com a história/mito). Do contrário, não existiria o Novo
Testamento (nem boa parte dos apócrifos). Não haveria a necessidade de
se escrever sobre mais um homem metido a messias. É preciso lembrar que
nasciam “messias” e “profetas” praticamente todos os dias na Galiléia,
naqueles tempos. Estamos falando de uma época à cerca de 2008 anos
atrás… A região era um verdadeiro caldeirão fervendo de religiões e
seitas.

Antes de seguir em frente com o documentário, é preciso que se
entenda o que é verdadeiramente um Evangelho Apócrifo. Ao contrário do
que muitas organizações religiosas dizem, que os apócrifos seriam
“escritos não inspirados”, portanto falsos, a verdade é que os apócrifos
nada mais são do que documentos que não fazem parte do cânone bíblico
judaico ou cristão – atual. Segundo Maria Helena de Oliveira Tricca – a compiladora da obra “Apócrifos, os Proscritos da Bíblia” – “Muitos
dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo
dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados.”


É preciso lembrar também que foram os padres da “Santa Igreja” quem
escolheram, sempre com muita briga, quais os evangelhos que eram
“divinamente inspirados” e quais não eram. A pergunta que não quer calar
é quais os critérios que eles utilizavam quando faziam as suas
escolhas… O Concílio mais famoso, o primeiro Concílio Ecumênico da
Igreja, foi realizado em Nicéia, uma província da Anatólia, Turquia.
Neste concílio ocorreu a primeira seleção de quais os evangelhos seriam
os canônicos e quais seriam apócrifos. O que se dizia na época, uma das
versões, é que os bispos não precisaram escolher os evangelhos, pois
os evangelhos inspirados foram se depositar sobre o altar por conta
própria
… Enfim, não é preciso explicar que os evangelhos foram
sempre retirados ou acrescentados ao Cânone oficial de acordo com as
conveniências dos padres e bispos no poder, em cada época, certo? O que
nos leva a concluir que o monopólio do Cristianismo está nas mãos da
Igreja Católica. Mesmo as bíblias cristãs evangélicas ou de outras
vertentes cristãs, nada mais são que modificações da Bíblia como
escolhida pelos primeiros padres. Algumas diferenças nas traduções,
alguns textos a mais ou a menos, mas no fundo, baseadas nas mesmas
Escrituras selecionadas e manipuladas pelos primeiros líderes da “Santa
Igreja”. Então, por isso é tão importante a leitura e o conhecimento dos
Apócrifos. Por terem sido considerados “não inspirados” e por causa
disso não levados à sério, estes escritos permaneceram mais “puros” e
sem manipulações ao longo dos séculos.

Para se ter uma idéia, no início do Cristianismo haviam 315
evangelhos, e posteriormente foram reduzidos a 4 (!!!), no tal Concílio
de Nicéia. Os que não concordavam com a redução eram chamados de
ignorantes e levianos. Durante o Concílio também foram queimados 3 evangelhos.
Porém, além das “escolhas” de quais os evangelhos dignos de fazerem
parte do cânone e quais não, os bispos e padres também não podiam
confiar 100% nos textos pois era sabido que alguns fiéis haviam
modificado os textos dos Evangelhos, para que não houvessem refutações.
Enfim, tudo isso sem falar que durante séculos os textos eram
copiados e traduzidos sempre à mão, o que aumenta ainda mais a
probabilidade de que os textos que conhecemos hoje, têm pouquíssimo a
ver com os seus respectivos originais
. Quem é tradutor,
principalmente, sabe bem do que estou falando. É um desafio traduzir sem
alterar a idéia original. É preciso muita prática e muito estudo para
se traduzir o mais aproximadamente possível do original. O que na
maioria das vezes não era o caso dos tradutores (oficiais ou
improvisados) das escrituras… Fora que era normal traduzir da tradução
da tradução! Por isso, é preciso muita cautela antes de se sair negando
os apócrifos ou defendendo os canônicos como verdade fiel… O início
do Cristianismo (pra não dizer praticamente todo o seu tempo) foi
marcado por inúmeras controvérsias, “heresias”, e “dogmas”, que hoje não
valem mais nada (do ponto de vista religioso principalmente). E
a maior parte dos grandes estudiodos do Novo Testamento concorda que há
no máximo 6 frases realmente ditas por Jesus, de todas as que são
atribuídas a Ele nos Evangelhos!


Para ler o Evangelho de Judas, traduzido para o português, clique aqui.

Para ver uma lista dos evangelhos apócrifos, tanto do Velho como do
Novo Testamento, assim como os de Nag Hammadi e Qumran, clique aqui.

O documentário está dividido em 5 partes.


clic e veja os videos


Parte 1:http://inconscientecoletivo.net/o-evangelho-proibido-de-judas-e-outros-apocrifos/#
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