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Carismáticos Luteranos e Católicos: Comparações da Performance dos Rituais

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Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Empty Carismáticos Luteranos e Católicos: Comparações da Performance dos Rituais

Mensagem por Lourival soldado cristão 14th setembro 2012, 2:22 pm

Carismáticos Luteranos e Católicos:



<div style="margin: auto; text-align: center; width: 100%;">O trabalho procura compreender como a
performance ritual contribui na elaboração e sustentação do ethos carismático em duas distintas
instituições religiosas: a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e
a Igreja Católica Apostólica Romana. O trabalho foi construído com base na
pesquisa etnográfica realizada junto a comunidades carismáticas destas instituições
religiosas, situadas em algumas cidades da Região Metropolitana de Porto
Alegre, RS.


Em seguida, procuramos perceber como artifícios da performance agem sobre
os participantes do ritual nos cultos carismáticos luteranos e nos grupos de
oração católicos. Através da análise de alguns artifícios de performance,
tomando como base a oração e o canto, procuramos perceber como é
potencializada, ou não, por exemplo, a sinestesia em cada um dos casos
estudados.











1 - Introdução



Os movimentos religiosos que sublinham a
importância da experiência do Espírito Santo[1]
são fenômenos religiosos centrados na questão emocional, afetiva.
Caracterizam-se, portanto, como “comunidades emocionais” que articulam uma
recomposição da expressão religiosa na modernidade. “Desqualificando as ‘expressões intelectuais’ da fé, valorizando as
manifestações sensíveis da presença divina no mundo, as correntes emocionais
contemporâneas tentam contornar este conflito estrutural da condição do crente
na modernidade
” (Hervieu-Léger, 1997: 42).


O objetivo do presente trabalho é
realizar um estudo comparativo entre as religiosidades carismáticas das duas
Igrejas históricas citadas, a saber: a Renovação Carismática Católica (RCC) e o
Movimento Carismático Luterano (auto-denominado Movimento de Renovação
Espiritual). O eixo de análise centra-se numa abordagem da performance ritual
nestes dois grupos religiosos. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise
comparativa dos recursos de performance acionados nos dois movimentos
carismáticos distintos. Não há como esgotar a análise dos artifícios de
performance utilizados nos rituais. Em lugar disso, dei um primeiro passo,
estou ciente, na compreensão de quais são os artifícios de comunicação que o
ritual coloca a sua disposição e como eles agem dentro dos momentos cultuais.


2 - O Movimento Carismático
Luterano



O movimento carismático na
IECLB surgiu de forma “espontânea”. Isto é, alguns pastores começaram a fazer
experiências carismáticas a partir de crises pessoais diante de seus modelos
pastorais. Os pastores carismáticos luteranos, apesar de suas propensões
fundamentalistas, não foram sectários nos moldes do pentecostalismo. Eles
reiteraram seu desejo de permanecer no seio da instituição de onde provêm.


Quando iniciei a pesquisa com os pastores,
em 1999, os entrevistados provinham de uma mesma linha teológica. Dentro da
IECLB, eles estão identificados como participantes do Movimento Encontrão.
Trata-se de um movimento conversionista, colocando-se antagonicamente àqueles
que seguem a Teologia da Liberação, pois, para estes, a “conversão” é
compreendida como “conscientização” política. As duas principais linhas
teológicas mobilizadas na IECLB fazem uma suposta divisão entre conservadores e
progressistas na igreja.


Estes convertidos foram para a Faculdade
de Teologia da IECLB. Lá encontraram um ambiente dominado pela racionalidade
teológica européia e pela leitura “latinoamericana da Bíblia”. Muitos
professores são reconhecidos como expoentes da Teologia da Libertação
integrados nas fileiras protestantes. Muitos destes jovens, senão todos,
tiveram aí uma séria crise de fé. Afinal, aquilo que era profundamente
existencial, a fé, tornava-se objeto de análise e de estudo, por assim dizer,
“científico”. O método de estudo de teologia adotado era o histórico-crítico.


Eles
enfrentaram crises vocacionais, ministeriais[5].
Ressentiam-se de não conseguirem dar uma resposta convincente frente às
demandas religiosas que se colocavam, ou não encontravam em suas práticas algo
que lhes fosse significativo.


Este vazio ministerial deve
ser colocado dentro de um quadro geral. Há, como muitos pesquisadores e
religiosos atestam, uma crise no modelo tradicional-litúrgico das igrejas
históricas. Além disso, existe uma constante comparação quantitativa entre os
cultos destes pastores com os de igrejas neopentecostais. Este parece ser um
fator adicional a influenciar o agravamento destas crises, pois a realidade
neopentecostal acaba por exercer um grande fascínio ao apresentar facilidades
sem precedentes para aumentar o número de adeptos (Gomes, 1994: 227). Estavam à
procura de uma prática religiosa eficaz.


“Eu
comecei o trabalho animado, mas chegou um ponto, no ano de 83, 84, onde a
frustração chegou ao auge e onde eu senti que precisava redimensionar o meu
trabalho e também a própria vida. Muitas frustrações na vida pessoal, muita
briga na igreja, muita confusão onde eu sai atrás de tudo aquilo que eu achava
que podia me ajudar.”





2.2 - Da crise ao contato com pentecostais


A
aproximação com o mundo pentecostal normalmente foi feita com reserva por parte
dos pastores da IECLB. Como fazem questão de frisar, entre o período de
aproximação e o batismo do Espírito Santo, passou um bom tempo; geralmente não
inferior a um ano. Este período de procura por “algo mais” foi precedido de
muita oração. Há toda uma intensificação da vida espiritual. Inteirados da
doutrina pentecostal sobre o Espírito Santo, os pastores buscavam a “plenitude
do Espírito”.


Após
um tempo de idas e vindas, de contados com pentecostais e bloqueios quebrados,
todos eles receberam o dom de línguas, o qual, em seu entender, atesta a sua
“plenitude”. O recebimento do Espírito Santo sempre foi precedido por imposição
de mãos em círculos de oração ou em cultos de igrejas pentecostais de segunda
onda (Freston, 1994).





<strong>A
partir desta experiência, os cultos sofreram modificações. As ênfases do
trabalho sacerdotal mudaram. Instalaram-se, invariavelmente, tensões entre os
membros ditos tradicionais e os que abraçaram a nova proposta. Os pastores iniciaram as práticas conhecidas no
neopentecostalismo: curas, exorcismo, visões / revelação, discernimento de
espíritos. Alguns romperam completamente com as tradições litúrgicas; outros,
não. No entanto, todos se sentiam pressionados: por um lado, por aqueles que
não viam sentido em tais mudanças; por outro, pelos que não encontravam
significado em nada que fosse tradicional. Houve um período de negociação em
torno destas questões.


“Eu tava que tava.
Voltei para Monte Mor e ninguém me segura. Foi de muita tensão ali, porque eu
queria. Aquilo era bom demais para mim e eu, naqueles tempos, nem queria mais
orar em português. Eu só queria orar em línguas. No culto, eu não orava em
línguas, mas eu queria. Eu só queria isso, era bom demais. Eu já queria impor a
mão em todo mundo. Queria explicar para todo mundo. Eu comprei inimizades,
comprei dificuldades, comprei problemas. Comecei a achar que era uma igreja
fria, de gente velha, que não queria um avivamento, um monte de coisas. Típico.
Aí eu quis sair da igreja também, quis ir embora. Nesse tempo, veio um pastor
amigo meu, luterano, lá em casa. Eu disse para ele que eu ia embora, porque
isso, porque aquilo, porque pa, pa, pa e pa. Enchi, desabafei com ele. Este
pastor me sentou na cadeira e passou ‘a hora’. E, eu, num tempo atrás, eu tinha
perguntado se ele queria ser meu pastor. Ele topava ser o meu pastor. Mas isto
foi antes de tudo isso acontecer. E ele aceitou. E quando isso aconteceu, ele
me disse: - ‘Você disse que era para eu ser o teu pastor. Agora você vai me
ouvir’. Foi ele que me acomodou. Daí eu comecei a sentar um pouco mais a
poeira. Comecei a entender melhor as coisas” (Haroldo).





Com o tempo, houve uma acomodação entre o
conservador e o renovado, entre a instituição (entendida, aqui, apenas como a
comunidade local) e o carisma. No entanto, o processo nem sempre foi pacífico.
Na maior parte das vezes, por decidirem permanecer dentro da IECLB, estes
pastores acabavam vendo desligarem-se de seus quadros tanto os mais
tradicionais quanto os mais intransigentes carismáticos e afoitos por mudanças.
Estes pastores, por fim, estavam em busca de uma adequação entre instituição e
carisma.


O
segundo momento ocorreu quando outras pessoas da comunidade passaram pelo
batismo e igualmente quiseram romper com o tradicional. Haroldo relata:


“Diversas pessoas, naquela noite, receberam
(o Espírito Santo), oraram comigo. Nas outras noites, também. E, agora, eu me
vi na condição de ter que administrar esse pessoal nas mesmas coisas que eu
passei. Foi muito interessante isso. Queriam revolucionar. Eu dizia: - ‘Calma,
calma irmão’. Ao mesmo tempo, devia cuidar para não apagar o fogo. Não apagar o
fogo, mas direcionar a coisa. Foi um processo também muito difícil, mas bom
para mim. Me amadureceu bastante neste sentido, porque eu já tinha convicção
que o meu lugar era na igreja. Eu não ia mais sair. Eu tinha que trabalhar para
eles não saírem”.





Com a entrada do carismatismo na IECLB,
houve uma forte tendência de os carismáticos se contraporem a tudo o que fosse
tradicional. Nesta oposição contrastiva com a tradição, buscaram a sua
identidade. Após a experiência com o batismo do Espírito Santo, a tradição
passou a ser vista como algo pronto e que impossibilitaria a plena ação do
Espírito Santo. Um pastor atestou:


O Espírito Santo é percebido, assim, como
capaz de romper regras e tradições. Estes pastores buscaram trabalhar, em suas
comunidades locais, de forma que mais pessoas se sentissem participantes da
vida da comunidade; que fossem menos passivas. A ênfase conversionista foi
acentuada. O batismo do Espírito Santo constituía “um revestimento de poder. O Espírito de Deus consegue pôr em serviço. É
uma ‘turbinada’. Você recebe um turbo que o Espírito Santo quer dar para todo o
crente que quer servir
”, pensa o pastor Haroldo.


Por
fim, o que podemos depreender, é que o movimento carismático luterano é
decorrência de um mercado religioso que se impõe. As crises de sentido
vocacional, profissional e pessoal são conseqüência da percepção dos pastores
desta igreja de uma falta de sentido e de uma prática eficaz para o suprimento
das necessidades concretas das pessoas, sejam elas espirituais (de sentido),
e/ou materiais (de cura, reorganização familiar, solidariedade em busca de
emprego, etc.). Em decorrência desta situação, os pastores são levados a se
aproximarem de grupos, pessoas e/ou literatura que enfatizam a experiência do
Espírito Santo. Esta prática é entendida como fonte da libertação do poder de
Deus para as pessoas. Tendo realizado tal experiência, os pastores
implementam-na dentro de suas comunidades a partir de práticas de cura,
“expulsão de demônios”, etc., que os aproxima da pedagogia pentecostal. Esse
exercício de espiritualidade é, na maior parte das vezes, seguida de muitos
conflitos intra-comunitários, polarizando posições dentro da IECLB, rotulada
por meio da nomenclatura carismáticos e tradicionais.





<strong>A
seguir, de forma comparativa, centro a atenção nas performances dos cantos e
das orações nos momentos cultuais dos dois grupos carismáticos aqui analisados.
Em decorrência do pouco espaço, não entrarei em muitos detalhes na análise das
performances dos cantos e orações dos grupos religiosos das duas instituições
observadas. Em função disso, é possível que as reflexões adiante tenham ainda
um caráter fragmentário, em virtude de fazer parte de uma reflexão maior. O
leitor deverá desculpar esta lacuna,
mas esforcei-me o mais possível para atenuar essa percepção.





<strong>As
músicas dos rituais carismáticos aqui abordados consistem em uma via
privilegiada de manifestação da emoção. Juntamente com a oração, a música
constitui-se no elemento ritual onde se pode perceber a emergência de uma
comunidade emocional. Em ambas as igrejas, os cantos têm papel preponderante
nos momentos cultuais e de encontro.


Nos
dois rituais, durante os cantos, os corpos recebem relevo. Os gestuais são
envolventes e as posturas corporais procuram mostrar este contato com o sagrado
nos abraços, nas máscaras faciais, nos olhos fechados.


A
grande diferença é que, também nas músicas, o movimento carismático católico
mostra sua ligação com a tradição desta igreja. Chama a atenção, por exemplo, o
número de hinos dedicados e cantados à “Maria”.





As orações que passo a analisar fazem
parte do ritual cultual dos distintos grupos carismáticos e estão moldadas por
uma performance distinta. Performance é uma forma particular de comunicação,
especialmente caraterizada por um distanciamento do cotidiano (Tambiah, 1985;
Bauman, 1993). O evento performativo analisado comunica os principais temas da
interação social. A linguagem é um dos principais elementos da vida social, a
qual está inserida em uma cultura e dela emerge (Sherzer e Bauman, 1989). O
estudo da linguagem é enfatizado por estes autores como algo que vai além dos
padrões da gramática, pois a linguagem está intimamente ligada à vida
sociocultural.


3.2.1
- Gênero narrativo



A partir da conceituação de performance
acima referida, o gênero narrativo constitui-se em um ato de fala interativo e
performático. A oração proferida em um culto consiste em uma forma especial de
comunicação, fazendo parte do repertório lingüístico (Sherzer e Bauman, 1989)
dos membros da comunidade religiosa em geral e carismática em especial.


Saliento, neste texto, a oração como um
gênero específico de discurso na medida em que este momento ritual está
circundado de especificidade, o que fornece um enquadramento próprio de
performance; enfim, de um estilo singular na arte verbal e comunicacional.


O conceito de oração dos carismáticos é,
no mínimo, um momento onde ocorrem dois estilos ou gêneros narrativos por conta
dos quais acontece uma fissura, assinalada, sobretudo, pelo uso de diferentes
funções comunicativas[8].



A
primeira reside na parte introdutória da oração, sendo um discurso direto com a
audiência. O dirigente se reporta àqueles que estão no culto. Esta introdução,
por vezes, é maior que a própria prece. A segunda parte, que é, efetivamente, a
oração, consiste no momento em que o dirigente endereça a sua fala a Deus, uma
entidade acima dos presentes. Aqui, a função “mágica ou encantatória” é
acionada. Esta função, conforme Jakobson, “é sobretudo a conversão de uma
‘terceira pessoa’ ausente ou inanimada em destinatário de uma mensagem
conotativa” (Jakobson, 1975: 126). No caso de um culto, a reza, mesmo que
dirigida a Deus, tem o objetivo óbvio de despertar ou evocar emoções e atitudes
na comunidade.


Segundo Csordas (1997), a oração à
deidade entre os carismáticos é de quatro tipos básicos: de adoração, de
petição ou intercessão, de busca por orientação e, por último, de oração
dirigida à busca por autoridade para a expulsão e/ou repreensão aos demônios.
No entanto, elas não ocorrem de forma pura. Os elementos distintivos da oração
(adoração, petição, ensino e poder / autoridade) vão se misturando. Mas é
possível perceber, nas orações, um enfoque privilegiado, um acento maior em
algum dos elementos, o que a caracterizaria como tendo um dos quatro gêneros
principais.





3.2.2 - Alguns apontamentos sobre a arte verbal nas orações
carismáticas católica e luterana



As orações de petição dos
dois grupos religiosos observados (estão em anexo) revelam a parte central da
cosmologia dos mesmos. Entre os luteranos, destaca-se a importância da ação do
Espírito Santo como um poder que intervém de forma direta na vida das pessoas,
transformando a oração em um ritual de sofrimento no qual a pessoa precisa
sentir-se vazia, limitada, morta simbolicamente para poder ressurgir pelo poder
divino. Dessa forma, potencializa a vida da pessoa para dentro da existência e
provendo-a de uma consciência criativa da posição humana no cosmos (Sullivan,
1986).


Em
termos de performance, a oração realizada pelo dirigente carismático luterano
faz um acentuado uso da função emotiva, enquanto nas rezas carismáticas
católicas, a função conotativa se sobrepõe na enunciação.


De
outra parte, no grupo da RCC observado, o pedido está subordinado à função
conotativa, não sendo imperativa, mas de súplica, onde o enunciador está
submetido a Deus.


O
paralelismo aplicado na fala também é um artifício da arte verbal para a
articulação de redundâncias criativas (Tambiah, 1985). Comparando as duas
orações analisadas, percebemos que os paralelismos sintáticos e temáticos são
mais numerosos entre o performer
luterano do que na oração da performer
católica.


A
meu ver, a partir das performances das orações, é possível dizer que os
carismáticos luteranos chegam mais perto do mundo ideal imaginado, isto é, do
mito de Pentecostes, que seus congêneres católicos. Mas é preciso ter cautela.
Até que ponto a cosmologia e a própria cultura religiosa católica permite que
se faça esta inferência? O habitus
religioso católico pode estar barrando certos recursos de performance,
eventualmente considerando-os inadequados. Entendo que, para solucionar parte
deste problema, seria necessário acompanhar grupos de oração de outras dioceses
com o intuito de perceber quais os artifícios de performance acionados e quais
não. De posse deste espectro maior de observação se poderia assinalar mais
seguramente que os grupos de oração observados alcançam um maior ou menor grau
de interiorização da mensagem pela via emocional, dentro do habitus religioso católico.


A
Renovação Carismática Católica é um movimento leigo orientado pela hierarquia
católica através de permissões e proibições. A “estrutura devocional” católica
permite estas múltiplas formações de grupo. São os piedosos, os pobres ou os
sem poder eclesiástico que articulam a sua fé. Isto ocorre mais visivelmente na
devoção aos santos, nas romarias, nas festas de santos, sendo quase todos
movimentos incorporados pela estrutura eclesiástica, mas não gerados por ela
(Alves, 1980).



grupos de oração em comunidades católicas onde o padre não compactua com a
Renovação. Constitui-se em um movimento leigo. Já entre luteranos, isto é quase
inimaginável. Dificilmente se articularia uma comunidade carismática
alternativa dentro de uma comunidade não-carismática, como pode ser encontrada
no meio católico. Da mesma forma, é pouco provável que um pastor carismático
consiga manter-se em uma comunidade que decididamente não aceita a condução
carismática de seu pastor.


A
experiência religiosa como percebida nesses ritos cultuais é, antes de mais
nada, um encontro subjetivo com a divindade. Esse encontro é tão mais intenso
quanto mais suscitar emoção (Corten, 1996). Entendo que este aspecto vem ao
encontro das necessidades neste final de milênio. Atomizado e isolado, busca-se
emoção e afeto.


Se,
de fato, podemos observar essas ênfases distintas na questão emocional, é
também porque o ritual está ancorado sobre cosmologias diversas. Para o
movimento carismático luterano, filho do protestantismo, o encontro com Deus
tem a subjetividade como o único espaço possível. A consciência individual está
sobre a instituição e o encontro com Deus ocorre sem mediações, sejam elas espirituais
ou institucionais (Mendonça, 1998) . Por isso, é avesso aos dogmatismos e às
instituições.


Assim,
enquanto os carismáticos católicos resignificam a tradição de sua igreja a
partir de uma experiência pessoal, os luteranos tendem a efetivamente mudar a
face da instituição. A ressemantização entre luteranos é mínima, porque tudo
está colocado no sujeito. Enquanto os fiéis da RCC adaptam a mensagem bíblica à
identidade católica, os carismáticos luteranos procuram adaptar a Instituição
ao mito.


Última edição por Lourival soldado cristão em 14th setembro 2012, 2:26 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Lourival soldado cristão 14th setembro 2012, 2:23 pm

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University of Chicago, 1986. p. 1-33.



TAMBIAH, Stanley Jeyaraja. A performative approach to
ritual. In: ______. Culture, Thought,
and Social Action:
An Anthropological Perspective. Cambridge,
Massachusetts, and London: Harvard University Press, 1985. p. 123-166.



TROIS,
João Fernando de Moraes. A Performance
Ritual dos Grupos de Auto-Ajuda dos Neuróticos Anônimos
. 2000. 48 f. Monografia (Antropologia da Performance) – Curso de Pós-Graduação em Antropologia
Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto alegre.










Anexos


Na
oração de um culto luterano aqui analisada, a moldura da oração pretende
despertar uma convicção da atuação de Deus. Os paralelismos reforçam este
sentido de presença, de atuação e de poder de Deus.



Dividi a parte introdutória desta oração em duas. A
partir desta divisão, percebemos melhor a construção temática e sintática das
orações.*


1 Quero convidar a você a fechar os teus olhos.


Curve-se diante desse Deus
que está neste lugar.






2 Este Deus Todo-Poderoso, que,
nesta noite,



não vai perder a grande
oportunidade



de falar a cada um de nós.





Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image001 Saiba que você, assim como
você é, Deus ama você.



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image0023 E não há nada na tua vida que o
Senhor não possa resolver,



a
b não há pecado que ele não possa
perdoar,



não há situação que o Senhor
não possa reverter na tua vida.



Saiba que, nesta noite, o
Senhor olha para o teu vizinho do lado,



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image003 mas olha para você, agora.


Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image004 c Ele
sabe o que você tem e o que você sente.



a Ele
sabe de teus projetos e de teus planos.



Deus tem um interesse grande
pela tua vida.






4 E eu quero te convidar, nesta
noite,



a, junto comigo, nós
levantarmos um clamor muito grande neste lugar.



O que o Senhor está esperando
de mim e de você, é a tua oração,



é
a minha oração, é a minha causa colocada diante dele.







Esta
é segunda parte da introdução.



O que você quer que o Senhor
fale com você?



O que você precisa para sua
casa,



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image005 prá sua família,


nos seus relacionamentos?


O que você precisa, coloque
diante desse Deus agora.



E eu quero convidar a você
para que, juntos, levantemos um grande clamor.






Comece a orar a este Deus
poderoso,



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image006Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image007 mexa com seus lábios,


abra sua boca.





Deus está querendo ouvir a
tua oração nesta noite.



O senhor não vai deixar de
nos atender.






O Espírito Santo de Deus está
neste lugar.



O senhor quer abençoar
grandemente.






A palavra de Deus diz que eu
e você temos que clamar a Deus, /



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image008temos
que invocar o nome de Deus, e nós queremos fazer isto do fundo do nosso
coração. /






Ora, meu irmão, minha irmã,
não tenha medo de orar a este Deus.



Todos vão ser abençoados esta
noite. O senhor quer falar conosco.






O senhor vai derramar o seu
Espírito Santo neste lugar.






Vai clamando, vai pedindo
pela tua vida,



pela tua família, / pela tua
igreja. /



Pede aquela tua causa
impossível diante de Deus. /



Pede, nesta noite, em nome de
Jesus.






Essa parte da introdução foi dividida em 8
segmentos. Temos o 1º e o 8º blocos tratando sobre o mesmo assunto, ou seja,
pedir o auxílio divino para a resolução de problemas concretos (família,
relacionamentos, igreja) e até de causas impossíveis. Há, aqui, portanto, uma
circularidade temática. Esta circularidade ocorre também em relação ao 2º, 3º e
5º, 6º blocos. Nesses últimos, sobressai a promessa do agir divino (“Todos vão ser abençoados esta noite”).
No bloco central, o 4º, lê-se a afirmação peremptória: “O Espírito Santo de Deus está neste lugar”. Graficamente,
poderíamos descrever estas alternâncias temáticas como co-círculos.







Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image009






Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image010Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image011







Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image012















Oração propriamente dita





Deus
querido e Deus amado, obrigado que tu estás neste lugar.



Obrigado,
Senhor, que tu estás derramando do teu poder, aqui nestes dias, ó Pai.



Obrigado
pela grande obra que o Senhor tem feito em nossas vidas, ó Pai.



Muito
obrigado por tudo que o Senhor ainda vai fazer, ó Deus.






Eu
te peço, em nome do Senhor Jesus, ó Deus,



recolhe
todas as orações que são feitas neste lugar, ó Deus.



Olha
para cada um de nós com graça, com misericórdia,



Senhor.



Ouve,
Senhor, o clamor de cada um, Senhor.



Aquele
que está triste,



aquele
que está desanimado, Senhor,



aquele
que está pensando em desistir da caminhada,



Deus.
Tem misericórdia, Senhor, de nossas vidas nesta noite.



Tem
misericórdia da nossa família, Senhor.


Tem
misericórdia, Senhor, de nossas Igrejas, ó Pai.



Vem
agir grandemente no nosso meio, Pai querido e Pai amado, em nome de Jesus, ó
Deus.



Nós repreendemos aquele que ronda em derredor, ó
Pai,




aquele que vem para atrapalhar. Nós repreendemos a
Satanás, nesta noite, em nome do Senhor Jesus Cristo.




Nós o declaramos derrotado
pelo nome e pelo sangue do Senhor Jesus Cristo.







Nesta noite, Deus querido, queremos ver a tua glória se manifestando
aqui.



Queremos ver a tua palavra
sendo pregada poderosamente, Deus.



Nós queremos vidas
abençoadas, ó Pai.



Nós queremos um grande quebrantamento na tua
presença,




Senhor,


diante da tua palavra.





Fica conosco, Senhor.


Ajuda, Deus querido,


nos abençoa nesta noite.


Em nome do Senhor Jesus.


Em nome de Jesus.


Amém, Senhor.


Amém, Senhor.






A
introdução das orações constituem-se em um metacomentário da própria oração.
Agora é possível notar a distribuição temática e paralelística da oração de um
grupo carismático católico.



[Introdução]


Podem sentar,


e vamos fechar o nossos olhos
/.../ [10]



e abrir o nosso coração.


1 Que quando a gente fecha os olhos e ora,


com os olhos fechados,


nós abrimos o nosso coração,


nosso espírito para Deus.





E nesta noite,


nesta noite maravilhosa,


nesse encontro


com Jesus,


com Deus Pai,


vamos pedir para Deus Pai,


prá ele entrar em nosso
coração



2 e para ele nos dar confiança,


prá que a gente creia cada
vez mais /.../



no seu poder,


no seu amor maravilhoso,


na sua força.


Essa força de nos transformar


em pessoas


tão parecidas com Ele.


Vamos pedir com muito carinho


prá Deus Pai.















[Oração]


“Sim, paizinho querido, eu te
recebo no meu coração,



1 com fé,


com confiança e com alegria.





Também quero te receber
Jesus,



Jesus amado,


filho de Deus Pai,


tu que te deu a vida pelos
nossos pecados, me perdoa, Senhor Jesus,



2 e vem ao meu encontro.


Minha casa está aberta.


Eu quero ser morada tua.


Eu quero ser um templo teu,
Senhor Jesus, nesta noite



e sempre, Senhor Jesus.





Também quero, Senhor Jesus,


o Espírito Santo de Deus, o
Espírito Santo, Paráclito,



que ele / / nos ilumine,


tome conta de nós,


de nosso familiares,


3 de todos aquelas pessoas também
que nos pediram oração, Senhor Jesus.



Toma conta, Senhor Jesus,


dessas pessoas


que não puderam vir ao grupo,
Espírito Santo.



Vá até as casas delas para
que elas permaneçam contigo



e no teu amor.





Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image013 Permanece Espírito Santo
dando luz à nossa vida,



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image014 dando luz aos nossos olhos,


Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image015porque
só assim, se tivermos os olhos iluminados pelo teu Santo Espírito, seremos luz
para o mundo.


Espírito Santo de Deus,


obrigado.


4 Obrigado, por se colocar / / no
meio de nós



e distribuir a tua luz,


as tuas graças /.../


e a tua força, Espírito
Santo,



que escorre como fogo em
nossas veias.



Muito obrigado, Espírito
Santo.






Queremos também agradecer à
mãezinha Maria



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image016 e acolhê-la em nosso coração
nesta noite,



Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image017 e levarmos este amor de
Maria,



este amor de mãe para a nossa
casa.



Nós queremos te acolher,
Maria,



assim como a Santíssima
Trindade,








Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image018 em nosso coração,


5 em nossa família.


Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image019 Obrigada, Maria.


Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image020 Obrigada pelo teu amor,


pela tua presença.


Obrigada pelo teu exemplo.


Carismáticos Luteranos e Católicos:  Comparações da Performance dos Rituais    Image021 Obrigada, mãezinha querida,


por nos abençoar esta noite


e por estar aqui presente.


Obrigada, mãezinha”.























[1]
Neles o Espírito Santo detém um peso
simbólico significativo, “menos como conhecimento e mais como experiência
religiosa” (Oro, 1998: 153).






[2]
Um dos pastores de uma das comunidades carismáticas luteranas pesquisadas era
egresso (convidado a se retirar) de uma igreja Batista de Canoas, que não
aceitou as inovações carismáticas introduzidas pelo pastor. Houve um conflito
com a Junta Batista do Estado, sobretudo pela prática do exorcismo.






[3]
Esta denominação chegou ao Brasil por meio dos imigrantes alemães no primeiro
quarto do século XIX e permanece identificada com os núcleos regionais
circunscritos pelos mesmos depois de várias gerações, ou seja, comunidades
notoriamente germânicas, presente desde 1824 no Rio Grande do Sul.


A IECLB é ainda o que poderíamos chamar de igreja
étnica. Com freqüência, notadamente maior nas cidades do interior do Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e Paraná, as pessoas costumam associar as comunidades da
IECLB, ou luteranas em geral, como símbolo e espaço de resguarde étnico. Suas
igrejas são as “Igrejas dos alemães”, visto ser a própria IECLB uma Igreja de
transplante (DREHER, 1980), ou de imigração (BRANDÃO, 1988: 30). Além disso,
trata-se de uma Igreja relativamente pequena (contando com aproximadamente 800
mil pessoas filiadas) e fortemente
associada a uma teologia racionalista.









[4]
Os nomes foram alterados, sendo somente mantidos os nomes verdadeiros quando se
trata de falas obtidas através de meios de comunicação públicos, como jornais e
boletins.






[5]
Relativo a ministro religioso.






[6]
Particularmente, eu ainda incluiria a música, a qual possui uma alta
importância para os carismáticos. Por que o autor não a inseriu na lista? A
música pode ser aceita como um gênero narrativo? Creio que sim, porque
inclusive as músicas possuidoras de um texto “fixo” são selecionadas de modo
apropriado a comunicar uma mensagem, fazer emergir um engajamento, sobretudo
emocional, na comunidade.






[7]
A oração é enquadrada por uma alternância de códigos verbal e não-verbal no
fluxo do processo ritual. Poderíamos dizer que Goffman (1998) requinta a
definição de enquandre com o conceito de Footing – Alinhamento. Trata-se da postura de alguém na relação comunicativa com
o outro. A referida alternância de código sinaliza a maneira pela qual é
gerenciada a produção e a recepção de um enunciado, como o tom da fala, por
exemplo. Footing consiste em uma
espécie de marcador lingüístico ou paralingüístico que assinala a alternância
de código. Nas orações, esta alternância de código ocorre a partir de
chaves que encontramos em fórmulas explícitas, como: “Vamos orar”, “Convido você a
orar
”, “Ore comigo agora”, etc.
Ou, então, acontecem de forma menos explícita, como: “Quero convidar você a fechar os seus olhos. Curve-se diante desse Deus
que está neste lugar
”. Igualmente, utilizam-se os códigos, como: “Em nome do Senhor Jesus. Amém”, que
conduzem a audiência a notar a finalização do ritual da oração. Esta
alternância de códigos vai possibilitando emoldurar o comportamento dos
participantes no decorrer do culto.






[8]
Ao tratar das seis funções da linguagem, Jakobson as considera como um conjunto
onde uma não existe sem a outra. Mas, é preciso perceber ou destacar seus
diferentes modos de arranjo hierárquico, utilizados no comportamento verbal
pelo falante (quais as funções dominantes em cada momento de uso da linguagem).
As seis funções são: função referencial (Contexto), função emotiva (Remetente),
função poética (Mensagem), função conativa (Destinatário), função fática
(Contato), função metalingüística (Código) (Jakobson, 1975: 123-129). Trois
(2000) traz uma reflexão bem elaborada sobre as funções comunicativas de
Jakobson, das quais fiz uso.






[9]
Uma participante do grupo de oração se referiu da seguinte forma em relação ao
poder do Santíssimo: “Quando existem pessoas que choram muito sem motivo
aparente, quando o Santíssimo faz o passeio, que é o momento que o padre
simplesmente passa o Santíssimo, ele tem o poder tão grande que as pessoas se
sentem tão gratificadas. As pessoas, na hora, sentem o milagre. Elas sentem, às
vezes, a cura, a libertação. Às vezes passam dois, três dias; depois é que elas
vão sentir. Às vezes, assim ó, as pessoas têm uma dor terrível, e no momento
passa, mas não é assim que a dor passa no momento e amanhã vai ter de novo.
Nunca mais volta” (Cristina).






* As frases estão separadas
em função das pausas respiratórias. São elas que ajudam a determinação da
cadência, o ritmo da fala.






[10]
Fiz uso de dois sinais, a fim de enfatizar as pausas ocorridas durante a
enunciação. O sinal / / refere-se a uma pausa feita pela oradora, mas não
utilizando a respiração como intervalo. Evidenciam momentos de pequenas
quebras, um certo titubeio rápido. Quando utilizo /.../, refiro-me a momentos
não apenas de pausa respiratória, mas de indecisão no expressar da idéia.http://bmgil.tripod.com/vp01.htm
Lourival soldado cristão
Lourival soldado cristão

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