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Estudioso afirma que a prosperidade fará as religiões perderem sua força no Brasil
NAS PEGADAS DO MESTRE JESUS :: Os que Renunciaram O Ministério a favor da CCB a favor :: RENATO Noticias evangélicas..clic aqui
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Estudioso afirma que a prosperidade fará as religiões perderem sua força no Brasil
O
psicólogo e escritor Michael Shermer, ex-evangélico que se tornou um
dos maiores propagadores do ceticismo, afirma que a prosperidade pode
diminuir a força das religiões no Brasil. De acordo com Shermer, que é
diretor da Sociedade Cética, criador da revista Skeptic e articulista
semanal da Scientific American, o ceticismo pode melhorar a vida no
planeta e a fé irá reduzir em decorrência das melhorias econômicas e
sociais.
Na análise de Shermer, a religião é uma maneira que as pessoas
encontram para sanar problemas e anseios que não são completamente
atendidos pelo estado, e que essa busca tende a diminuir com o aumento
da prosperidade provida por políticas públicas.
- Eventualmente, a religiosidade vai diminuir no Brasil e nos outros
países da América do Sul, à medida que cresce a prosperidade e a
confiança das pessoas nos sistemas políticos e econômicos. As pessoas se
voltam para a religião quando seus governos não fornecem uma estrutura
social sólida – afirma.
Hoje conhecido como um dos céticos mais influentes da atualidade,
Michael Shermer professava a fé cristã até o início de sua juventude,
chegando inclusive a pregar o evangelho de porta em porta. Sua fé
começou a ruir durante a faculdade, onde fez o curso de psicologia, e
acabou realmente quando sofreu de delírios devido à exaustão física
durante uma competição de ciclismo em 1983. Depois desse episódio, em
que chegou a pensar que a equipe de apoio que o salvara era composta por
extraterrestres, ele passou a estudar com afinco as razões pelas quais
os indivíduos encontram explicações estranhas para eventos que não
conseguem entender com a razão.
Ele afirma ainda que a religião é apenas uma busca por padrões e
explicações em eventos naturais, e compara a fé às tentativas de provar a
existência de vida extraterrestre, necromancia e teorias da
conspiração.
- Ufólogos veem um rosto em Marte. Religiosos veem a Virgem Maria ao
lado de um edifício. Paranormais ouvem pessoas mortas falarem com eles
através de um receptor de rádio. Os teóricos da conspiração acham que o
11 de setembro foi obra da administração do presidente Bush – declara.
Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida por Michael Shermer ao portal Terra:
<blockquote>O que significa ser cético?
Ceticismo significa investigação cuidadosa. É manter a mente
aberta, mas não tão aberta que seu cérebro caia fora e você passe a
acreditar em tudo. Ceticismo é ciência, e os cientistas são céticos
porque a maioria das ideias acaba se revelando falsa. Assim, a posição
padrão da ciência e do ceticismo é a dúvida: eu duvido até que provem o
contrário.
Os céticos acreditam na ciência, na razão e na
racionalidade. Os céticos acreditam que a mente humana é capaz de
resolver problemas e melhorar nossas vidas através da razão. Os céticos
são otimistas que têm esperança para o nosso futuro contanto que possam
usar a razão e a ciência.
Qual é o objetivo da ciência em um mundo que procura tanto o sobrenatural?
Ciência é um método para responder perguntas sobre o mundo
natural com explicações naturais (não sobrenaturais). Ciência é um
método sistemático para testar hipóteses acerca do mundo, métodos que
podem ser empregados em qualquer lugar, por qualquer pessoa, a qualquer
momento. A ciência é aberta e provisória; não Verdades (com V
maiúsculo), mas conclusões provisórias baseadas em evidências que podem
ser derrubadas se novas evidências surgirem.
Como pode um cientista ser religioso?
Muitos cientistas são religiosos, mas eu acho que eles empregam o
que eu chamo de logic-tight compartments (NR: compartimentos cerebrais
impermeáveis à lógica) quando eles têm crenças conflitantes. A religião
faz coisas que a ciência não faz (como grupos que cozinham sopa e cuidam
das pessoas pobres e necessitadas), e a ciência faz coisas que a
religião não faz (como a execução de experimentos e coleta de dados para
testar hipóteses sobre o mundo).
O que você acha de James Randi, que oferece US$ 1 milhão para quem provar ser um verdadeiro paranormal?
Eu amo o James Randi. Ele é meu amigo e mentor. James Randi é o
padrasto do movimento cético moderno. Seu desafio de 1 milhão é uma das
coisas mais importantes na história do ceticismo.
Sobre o seu livro Por que as pessoas acreditam em coisas
estranhas (Why People Believe Weird Thing), há uma resposta fácil para
esta pergunta? Por que as pessoas acreditam em coisas como horóscopo,
tarô, médiuns, óvnis?
A principal razão para as pessoas acreditarem em coisas estranhas
é porque nós precisamos acreditar em coisas, no geral. Nós fazemos isso
procurando padrões na natureza. Nós somos buscadores de padrões. Eu
chamo isso de “padronicidade”, a tendência de encontrar padrões
significativos em ruídos sem sentido. Ufólogos veem um rosto em Marte.
Religiosos veem a Virgem Maria ao lado de um edifício. Paranormais ouvem
pessoas mortas falarem com eles através de um receptor de rádio. Os
téoricos da conspiração acham que o 11 de setembro foi obra da
administração do presidente Bush. É claro que alguns padrões são reais:
os germes causam doenças, o DNA é a base da hereditariedade e o
presidente Lincoln foi assassinado por uma conspiração. Então a
dificuldade está em determinar a diferença entre os padrões verdadeiros e
falsos.
Quando nós enganosamente acreditamos ter encontrado um padrão,
existem dois tipos de erro: o erro tipo 1, o falso positivo, é acreditar
que algo é real quando não é; o erro tipo 2, o falso negativo, é não
acreditar que algo é real quando é. Por exemplo, acreditar que o
farfalhar da grama é um predador perigoso quando é apenas o vento é um
erro tipo 1. Isso não é um grande problema, mas acreditar que um
predador perigoso é apenas o vento é um erro tipo 2, que pode custar a
vida de um animal. Portanto, teria havido uma seleção natural na
evolução dos animais (incluindo primatas como os nossos ancestrais
hominídeos) por simplesmente acreditar que todos os padrões são reais.
Tais padronicidades, então, significam dizer que as pessoas acreditam em
coisas estranhas por causa da nossa necessidade evoluída de acreditar
em coisas não estranhas.
Há quem afirme enxergar espíritos, ouvir vozes e até conversar com seres que já faleceram. Esse tipo de relato é mentiroso?
As experiências que as pessoas têm são reais. O que essas
experiências representam é algo completamente diferente. A maioria das
pessoas não são mentirosas – elas acreditam naquilo que elas pensam ter
visto. Mas, na maioria dos casos, elas interpretam erroneamente a
experiência.
Em uma outra entrevista, você comentou sobre a diminuição da
religiosidade na Europa e nos EUA. Aqui no Brasil, no entanto, não se
nota essa tendência. Qual é o motivo?
Eventualmente, a religiosidade vai diminuir no Brasil e nos
outros países da América do Sul, à medida que cresce a prosperidade e a
confiança das pessoas nos sistemas políticos e econômicos. Uma razão
pela qual a religião ainda cresce no Brasil, e em outros países, é que
os níveis de confiança entre as pessoas nestes países sul-americanos é
baixa, segundo os economistas. As pessoas se voltam para a religião
quando seus governos não fornecem uma estrutura social sólida.
Em seu livro mais recente, The believing brain, você
sintetiza 30 anos de suas pesquisas a respeito de como as pessoas formam
suas crenças. Dá para sintetizar ainda mais?
Minha tese é simples: nós produzimos nossas crenças por uma
variedade de razões subjetivas, pessoais, emocionais e psicológicas no
contexto de ambientes criados por familiares, amigos, colegas de
trabalho, da cultura e da sociedade em geral; após a formação de nossas
crenças, nós então defendemos, justificamos e racionalizamo-as com uma
série de razões intelectuais, argumentos convincentes e explicações
racionais. Crenças vêm em primeiro lugar, e as explicações para as
crenças, a seguir.
O cérebro é uma máquina de crenças. A partir dos dados
sensoriais que fluem através dos sentidos, o cérebro começa a procurar e
encontrar padrões, e então se infundem significados a esses padrões. O
primeiro processo eu chamo padronicidade: a tendência para encontrar
padrões significativos em ambos os dados, significativos e sem sentido. O
segundo processo eu chamo agenticidade: a tendência de infundir padrões
com significado e intenção. Nós não podemos evitá-lo. Nossos cérebros
evoluíram para ligar os pontos do nosso mundo em padrões significativos
que explicam por que as coisas acontecem. Estes padrões significativos
se tornam crenças.
Uma vez que as crenças são formadas, o cérebro começa a procurar e
encontrar evidências que confirmem e apoiem essas crenças, o que
acrescenta um impulso emocional de mais confiança nas crenças e, assim,
acelera o processo de reforçá-las, e o processo se transforma em um
retorno positivo de confirmação da crença. Bem como, ocasionalmente, as
pessoas formam crenças a partir de uma única experiência reveladora em
grande parte livre de seu passado pessoal ou da cultura em geral. Mais
raro ainda, há aqueles que, ao pesar cuidadosamente as evidências a
favor e contra uma posição que já possuem, ou que eles ainda têm de
formar uma opinião a respeito, calculam as probabilidades e tomam uma
decisão drástica, sem emoção, e não olham para trás.
Essas reversões de crenças são tão raras na religião e na política,
que geram manchetes de jornais quando envolvem alguém de destaque, como
um clérigo que muda de religião ou um político que muda de partido. Isso
acontece, mas é tão raro quanto um cisne negro. Reversões de crenças
acontecem com mais frequência na ciência, mas não tão frequentemente
como se poderia esperar da visão idealizada do exaltado “método
científico”, no qual apenas os fatos contam. A razão para isso é que os
cientistas são pessoas também, não menos sujeitos aos caprichos da
emoção e à força dos traços cognitivos que moldam e reforçam crenças.
Você está trabalhando em algum novo livro?
Meu próximo livro é The Moral Arc of Science: How Science Has
Bent the Arc of the Moral Universe Toward Truth, Justice, Freedom, &
Prosperity. O livro trata do arco da moral do universo que se volta na
direção da verdade, da justiça, da liberdade e da prosperidade, graças à
ciência – o tipo de pensamento que envolve razão, racionalidade,
empirismo e ceticismo. A Revolução Científica liderada por Copérnico,
Galileu e Newton foi tão transformadora, que os pensadores de outros
campos conscientemente buscaram revolucionar o mundo social, político e
econômico usando os mesmos métodos da ciência. Isso levou à Idade da
Razão e do Iluminismo, que por sua vez criou o mundo moderno secular de
democracias, direitos, justiça e liberdade.
</blockquote>
Redação Gospel+
psicólogo e escritor Michael Shermer, ex-evangélico que se tornou um
dos maiores propagadores do ceticismo, afirma que a prosperidade pode
diminuir a força das religiões no Brasil. De acordo com Shermer, que é
diretor da Sociedade Cética, criador da revista Skeptic e articulista
semanal da Scientific American, o ceticismo pode melhorar a vida no
planeta e a fé irá reduzir em decorrência das melhorias econômicas e
sociais.
Na análise de Shermer, a religião é uma maneira que as pessoas
encontram para sanar problemas e anseios que não são completamente
atendidos pelo estado, e que essa busca tende a diminuir com o aumento
da prosperidade provida por políticas públicas.
- Eventualmente, a religiosidade vai diminuir no Brasil e nos outros
países da América do Sul, à medida que cresce a prosperidade e a
confiança das pessoas nos sistemas políticos e econômicos. As pessoas se
voltam para a religião quando seus governos não fornecem uma estrutura
social sólida – afirma.
Hoje conhecido como um dos céticos mais influentes da atualidade,
Michael Shermer professava a fé cristã até o início de sua juventude,
chegando inclusive a pregar o evangelho de porta em porta. Sua fé
começou a ruir durante a faculdade, onde fez o curso de psicologia, e
acabou realmente quando sofreu de delírios devido à exaustão física
durante uma competição de ciclismo em 1983. Depois desse episódio, em
que chegou a pensar que a equipe de apoio que o salvara era composta por
extraterrestres, ele passou a estudar com afinco as razões pelas quais
os indivíduos encontram explicações estranhas para eventos que não
conseguem entender com a razão.
Ele afirma ainda que a religião é apenas uma busca por padrões e
explicações em eventos naturais, e compara a fé às tentativas de provar a
existência de vida extraterrestre, necromancia e teorias da
conspiração.
- Ufólogos veem um rosto em Marte. Religiosos veem a Virgem Maria ao
lado de um edifício. Paranormais ouvem pessoas mortas falarem com eles
através de um receptor de rádio. Os teóricos da conspiração acham que o
11 de setembro foi obra da administração do presidente Bush – declara.
Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida por Michael Shermer ao portal Terra:
<blockquote>O que significa ser cético?
Ceticismo significa investigação cuidadosa. É manter a mente
aberta, mas não tão aberta que seu cérebro caia fora e você passe a
acreditar em tudo. Ceticismo é ciência, e os cientistas são céticos
porque a maioria das ideias acaba se revelando falsa. Assim, a posição
padrão da ciência e do ceticismo é a dúvida: eu duvido até que provem o
contrário.
Os céticos acreditam na ciência, na razão e na
racionalidade. Os céticos acreditam que a mente humana é capaz de
resolver problemas e melhorar nossas vidas através da razão. Os céticos
são otimistas que têm esperança para o nosso futuro contanto que possam
usar a razão e a ciência.
Qual é o objetivo da ciência em um mundo que procura tanto o sobrenatural?
Ciência é um método para responder perguntas sobre o mundo
natural com explicações naturais (não sobrenaturais). Ciência é um
método sistemático para testar hipóteses acerca do mundo, métodos que
podem ser empregados em qualquer lugar, por qualquer pessoa, a qualquer
momento. A ciência é aberta e provisória; não Verdades (com V
maiúsculo), mas conclusões provisórias baseadas em evidências que podem
ser derrubadas se novas evidências surgirem.
Como pode um cientista ser religioso?
Muitos cientistas são religiosos, mas eu acho que eles empregam o
que eu chamo de logic-tight compartments (NR: compartimentos cerebrais
impermeáveis à lógica) quando eles têm crenças conflitantes. A religião
faz coisas que a ciência não faz (como grupos que cozinham sopa e cuidam
das pessoas pobres e necessitadas), e a ciência faz coisas que a
religião não faz (como a execução de experimentos e coleta de dados para
testar hipóteses sobre o mundo).
O que você acha de James Randi, que oferece US$ 1 milhão para quem provar ser um verdadeiro paranormal?
Eu amo o James Randi. Ele é meu amigo e mentor. James Randi é o
padrasto do movimento cético moderno. Seu desafio de 1 milhão é uma das
coisas mais importantes na história do ceticismo.
Sobre o seu livro Por que as pessoas acreditam em coisas
estranhas (Why People Believe Weird Thing), há uma resposta fácil para
esta pergunta? Por que as pessoas acreditam em coisas como horóscopo,
tarô, médiuns, óvnis?
A principal razão para as pessoas acreditarem em coisas estranhas
é porque nós precisamos acreditar em coisas, no geral. Nós fazemos isso
procurando padrões na natureza. Nós somos buscadores de padrões. Eu
chamo isso de “padronicidade”, a tendência de encontrar padrões
significativos em ruídos sem sentido. Ufólogos veem um rosto em Marte.
Religiosos veem a Virgem Maria ao lado de um edifício. Paranormais ouvem
pessoas mortas falarem com eles através de um receptor de rádio. Os
téoricos da conspiração acham que o 11 de setembro foi obra da
administração do presidente Bush. É claro que alguns padrões são reais:
os germes causam doenças, o DNA é a base da hereditariedade e o
presidente Lincoln foi assassinado por uma conspiração. Então a
dificuldade está em determinar a diferença entre os padrões verdadeiros e
falsos.
Quando nós enganosamente acreditamos ter encontrado um padrão,
existem dois tipos de erro: o erro tipo 1, o falso positivo, é acreditar
que algo é real quando não é; o erro tipo 2, o falso negativo, é não
acreditar que algo é real quando é. Por exemplo, acreditar que o
farfalhar da grama é um predador perigoso quando é apenas o vento é um
erro tipo 1. Isso não é um grande problema, mas acreditar que um
predador perigoso é apenas o vento é um erro tipo 2, que pode custar a
vida de um animal. Portanto, teria havido uma seleção natural na
evolução dos animais (incluindo primatas como os nossos ancestrais
hominídeos) por simplesmente acreditar que todos os padrões são reais.
Tais padronicidades, então, significam dizer que as pessoas acreditam em
coisas estranhas por causa da nossa necessidade evoluída de acreditar
em coisas não estranhas.
Há quem afirme enxergar espíritos, ouvir vozes e até conversar com seres que já faleceram. Esse tipo de relato é mentiroso?
As experiências que as pessoas têm são reais. O que essas
experiências representam é algo completamente diferente. A maioria das
pessoas não são mentirosas – elas acreditam naquilo que elas pensam ter
visto. Mas, na maioria dos casos, elas interpretam erroneamente a
experiência.
Em uma outra entrevista, você comentou sobre a diminuição da
religiosidade na Europa e nos EUA. Aqui no Brasil, no entanto, não se
nota essa tendência. Qual é o motivo?
Eventualmente, a religiosidade vai diminuir no Brasil e nos
outros países da América do Sul, à medida que cresce a prosperidade e a
confiança das pessoas nos sistemas políticos e econômicos. Uma razão
pela qual a religião ainda cresce no Brasil, e em outros países, é que
os níveis de confiança entre as pessoas nestes países sul-americanos é
baixa, segundo os economistas. As pessoas se voltam para a religião
quando seus governos não fornecem uma estrutura social sólida.
Em seu livro mais recente, The believing brain, você
sintetiza 30 anos de suas pesquisas a respeito de como as pessoas formam
suas crenças. Dá para sintetizar ainda mais?
Minha tese é simples: nós produzimos nossas crenças por uma
variedade de razões subjetivas, pessoais, emocionais e psicológicas no
contexto de ambientes criados por familiares, amigos, colegas de
trabalho, da cultura e da sociedade em geral; após a formação de nossas
crenças, nós então defendemos, justificamos e racionalizamo-as com uma
série de razões intelectuais, argumentos convincentes e explicações
racionais. Crenças vêm em primeiro lugar, e as explicações para as
crenças, a seguir.
O cérebro é uma máquina de crenças. A partir dos dados
sensoriais que fluem através dos sentidos, o cérebro começa a procurar e
encontrar padrões, e então se infundem significados a esses padrões. O
primeiro processo eu chamo padronicidade: a tendência para encontrar
padrões significativos em ambos os dados, significativos e sem sentido. O
segundo processo eu chamo agenticidade: a tendência de infundir padrões
com significado e intenção. Nós não podemos evitá-lo. Nossos cérebros
evoluíram para ligar os pontos do nosso mundo em padrões significativos
que explicam por que as coisas acontecem. Estes padrões significativos
se tornam crenças.
Uma vez que as crenças são formadas, o cérebro começa a procurar e
encontrar evidências que confirmem e apoiem essas crenças, o que
acrescenta um impulso emocional de mais confiança nas crenças e, assim,
acelera o processo de reforçá-las, e o processo se transforma em um
retorno positivo de confirmação da crença. Bem como, ocasionalmente, as
pessoas formam crenças a partir de uma única experiência reveladora em
grande parte livre de seu passado pessoal ou da cultura em geral. Mais
raro ainda, há aqueles que, ao pesar cuidadosamente as evidências a
favor e contra uma posição que já possuem, ou que eles ainda têm de
formar uma opinião a respeito, calculam as probabilidades e tomam uma
decisão drástica, sem emoção, e não olham para trás.
Essas reversões de crenças são tão raras na religião e na política,
que geram manchetes de jornais quando envolvem alguém de destaque, como
um clérigo que muda de religião ou um político que muda de partido. Isso
acontece, mas é tão raro quanto um cisne negro. Reversões de crenças
acontecem com mais frequência na ciência, mas não tão frequentemente
como se poderia esperar da visão idealizada do exaltado “método
científico”, no qual apenas os fatos contam. A razão para isso é que os
cientistas são pessoas também, não menos sujeitos aos caprichos da
emoção e à força dos traços cognitivos que moldam e reforçam crenças.
Você está trabalhando em algum novo livro?
Meu próximo livro é The Moral Arc of Science: How Science Has
Bent the Arc of the Moral Universe Toward Truth, Justice, Freedom, &
Prosperity. O livro trata do arco da moral do universo que se volta na
direção da verdade, da justiça, da liberdade e da prosperidade, graças à
ciência – o tipo de pensamento que envolve razão, racionalidade,
empirismo e ceticismo. A Revolução Científica liderada por Copérnico,
Galileu e Newton foi tão transformadora, que os pensadores de outros
campos conscientemente buscaram revolucionar o mundo social, político e
econômico usando os mesmos métodos da ciência. Isso levou à Idade da
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democracias, direitos, justiça e liberdade.
</blockquote>
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